Madeira

RIR recorda que vítimas do 20 de Fevereiro continuam “à espera e de mãos vazias”

Roberto Vieira critica uso dos donativos por parte de algumas instituições

Várias pessoas perderam a vida, muitas perderam bens.  Foto Arquivo
Várias pessoas perderam a vida, muitas perderam bens. Foto Arquivo

O Partido Reagir Incluir Reciclar – RIR aproveitou a passagem dos dez anos sobre a aluvião de 20 de Fevereiro de 2010 para alertar para o facto de muitas das vítimas da intempérie continuarem “à espera e de mãos vazias”. Roberto Vieira, líder do partido na Madeira, chama a atenção para o não cumprimento do prometido por parte do Governo da República e para o uso indevido de donativos por parte de algumas associações. Sem poupar nas palavras, lamenta o uso que alguns fizeram da tragédia em benefício próprio.

Entre as críticas, aponta o aproveitamento por parte de políticos para aparecer. Sobre o Governo da República, diz que “prometeu ajuda mas não cumpriu”. Sobretudo, a crítica é para quem recebeu donativos e não lhes deu o destino certo. “A solidariedade surgiu de todos os lados, havia contas bancarias de instituições e associações a crescer a cada minuto. Nalguns casos, esse dinheiro ainda continua no desconhecimento daqueles que foram solidários e da população em geral”, denuncia no texto enviado à redacção, sem referir nomes. “As Instituições aplicaram os donativos na construção de habitação, mas para alugar, engordando assim o seu património, quando na realidade os donativos feitos eram para as pessoas e não para essas instituições”.

Roberto Vieira recorda as perdas, desde as vidas aos bens materiais e revela que várias pessoas afectadas continuam à espera. “Os políticos usam esta data para promover iniciativas, para fazer minutos de silêncio e promover palestras, mas muito está por fazer e estes mesmos políticos nada fazem, ou melhor, se fazem, é em seu proveito. Outros pedem momentos de oração, mas deixam-se ficar apenas e só pela reza.”

O líder do RIR termina pedindo seriedade e deixa um apelo aos políticos para que “façam alguma coisa por esta gente, pois mais vale tarde, do que nunca!”