Madeira

Paulino Ascenção diz que 10 anos após o 20 de Fevereiro “não aprendemos muito”

None

Passados dez anos da aluvião de 20 de Fevereiro “é incrível e vergonhoso que se encontrem famílias ainda a aguardar a ajuda devida pelos danos sofridos ou que ainda se mantenham as guardas provisórias nas margens da ribeira de João Gomes até ao centro da cidade, sendo esta a via principal de acesso para quem vem do aeroporto e a porta de entrada no Funchal para quem nos visita”. A afirmação é de Paulino Ascenção.

O bloquista considera que foram “esbanjados muitos milhões em obras sem utilidade”, nomeadamente na construção do cais 8 e na cobertura de betão sobre as muralhas centenárias nas ribeira de São João e Santa Luzia, referindo ainda que “foram desviadas verbas da Lei de Meios para reparações na marina do Lugar de Baixo, que depois foi abandonada”, assim como a construção de um “túnel falso no acesso à via rápida, junto à ribeira João Gomes”, sendo mais eficaz “investir num coberto vegetal resiliente aos fogos e capaz de suster o deslizamento de pedras sobre a estrada”.

As críticas de Paulino Ascenção apontam ainda para a construção de “barreiras artificiais em betão para conter os detritos transportados pelas águas, enquanto o Governo Regional continua a fechar os olhos à extracção de inertes dos leitos das ribeiras que servem de protecção natural”, salientando que quem ganha com essa troca “não é a segurança das pessoas”.

Aponta ainda para a existência de “pedreiras a laborar nos leitos das ribeiras”, ou as encostas sobranceiras ao Funchal que “continuam entregues à sua sorte, sem uma intervenção sistemática de controlo das plantas exóticas (acácias, eucaliptos, etc) e repovoamento com plantas endógenas mais resistentes aos fogos e mais eficazes a prevenir os deslizamentos de terras”.

Acusa o Governo Regional de demonstrar pouca consideração pela segurança das pessoas, dando como exemplos a construção de uma bomba de gasolina nos Viveiros “em local de risco” ou “um grande tanque de gás junto ao Anadia”.