Madeira

“Não são os madeirenses que devem dizer o que deve ser feito no Porto Santo”

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O líder do CSD-PP Madeira disse este sábado no Porto Santo que o seu partido “quer dar valor ao Porto Santo, à jóia mais antiga de Portugal”, lembrando a canção de Max, porque, acrescentou, “o Porto Santo tem potencial, é uma terra com sabores únicos e devem ser os porto-santenses a dizerem o que querem para a sua terra, não precisam que sejam os madeirenses a virem dizer o que devem fazer”.

Na tomada de posse do novo presidente da comissão política concelhia do CDS Porto Santo, o líder regional do partido optou por um discurso em que valorizou sempre as gentes locais e as suas potencialidades. Rui Barreto foi aos “sabores únicos” da uva, da melancia, dos figos e do tomate para se comprometer na valorização dos produtos agrícolas locais. “É por esta razão que o CDS tem defendido um regime de contratação pública para que sejam incluídos produtos regionais nas ementas das refeições para as escolas, hospitais, lares e outras instituições públicas da Região”, afirmou. “É uma medida que também faz sentido no Porto Santo porque a agricultura tem espaço para crescer aqui, valorizando ainda o comércio e a restauração. Aliás, a restauração do Porto Santo deve ter prioridade sobre a restauração e outros serviços que venham a ser prestados pela Madeira aquando da realização de eventos nesta Ilha”, disse, numa indirecta ao que se passou recentemente com o repasto para a cerimónia dos 600 anos da descoberta da Ilha.

Rui Barreto deslocou-se a Porto Santo munido de um caderno de encargos para apresentar às populações. Uma das propostas que o CDS tem vindo sucessivamente a apresentar ao governo regional nos últimos anos é a de um regime fiscal específico, para atrair empresas para os três concelhos da costa norte da Madeira e Porto Santo, nomeadamente uma descida da taxa de IRC de 21% para 15%, medida que ajudará a criar emprego e a gerar riqueza.

Já sobre as potencialidades turísticas do Porto Santo, Rui Barreto considera que se trata de um “sector relevante” e que há condições para manter ocupadas durante todo o ano as quatro mil camas existentes. “É preciso valorizar o turismo de saúde, o da talassoterapia, o turismo de mergulho e as actividades náuticas”, sublinhou, anotando: “O Porto Santo e toda a Região autónoma têm a melhor temperatura da água do mar do país e durante todo o ano, há uma grande capacidade de atractividade de eventos para a Ilha, mas precisamos de criar um observatório do turismo para sabermos quem nos visita, de onde vem, o que procura e deseja, por forma a criarmos um conjunto de actividades anuais que dêem resposta a quem nos visita”, disse.

Na saúde, a deslocação com “rapidez e eficiência” dos doentes do Porto Santo para o serviço regional de Saúde da Madeira é outro dos compromissos. “Aqui a questão dos transportes é muito importante porque são quase sempre pensados na perspectiva da Madeira para o Porto Santo e nunca o contrário”, afirmou, acrescentando que “é preciso assegurar o transporte de regresso à Ilha depois de as pessoas terem recebido tratamento na Madeira ou tratado dos seus assuntos.”

Os transportes aéreos são desde sempre um dos temas mais badalados e controversos. Rui Barreto diz não ser “admissível” que o contrato de serviço público, que “é assegurado pelo Estado ao abrigo da continuidade territorial, mas que vai de ajuste directo em ajuste directo sem uma decisão por concurso, vá garantir à empresa 5,7 milhões de euros, mas esta empresa continua a praticar preços elevadíssimos, como foi o caso da viagem deste fim-de-semana que nos custou 160 euros”, referiu, lembrando que a Binter está a fazer campanhas de promoção Madeira-Canárias-Lisboa a 70 euros.

O compromisso do CDS é “dar valor ao Porto Santo e às suas gentes” e deixar que seja a população a decidir o que quer para a sua terra. “São muitas vezes os madeirenses que dizem o que deve ser feito no Porto Santo e acho que isso minimiza as pessoas da Ilha. As pessoas do Porto Santo têm valor e é isso que o CDS quer valorizar”, concluiu.

Ao fazer apresentar o novo presidente da concelhia do CDS Porto Santo, o líder do CDS destacou: “É uma pessoa humilde, em quem deposito confiança, gosta da Ilha e é aqui que trabalha, quer contribuir para o desenvolvimento do Porto Santo, é uma pessoas com uma visão positiva e construtiva da vida e das coisas, o que é apanágio do nosso partido.”

Miguel Matos é desde sábado o novo presidente da comissão política concelhia do CDS Porto Santo. Diz que aceitou candidatar-se porque “acredita no projecto e na dinâmica do Rui Barreto para o Porto Santo e a Madeira”. Afirma-se “empenhado em contribuir” com as suas ideias e trabalho na “solução dos problemas locais”, entende que chegou ao “momento de valorizar o potencial humano do Porto Santo” e enaltece “as potencialidades e as qualidades únicas” que a Ilha oferece no plano turístico. Fez uma ressalva: “Não contem com o CDS para a quezília política, tudo farei para elevar a discussão pública e as minhas energias serão focadas na solução dos problemas das nossas populações”, garantiu.