“Não devemos ao resto do país coisa nenhuma”, diz Albuquerque
“Já tenho idade para não gostar de certas afirmações”, começou por dizer o presidente do Governo Regional, em resposta às declarações de António Costa sobre o alegado défice na Madeira.
Miguel Albuquerque aproveitou uma cerimónia de registo de pagamentos a 129 empresas, decorrida na tarde desta segunda-feira, para deixar bem claro que não gosta que lhe chamem de “caloteiro”, nem de ser “injustiçado politicamente e em público”.
“Acho absurdo que o primeiro-ministro de um país democrático e europeu venha para uma Assembleia da República afirmar que a Madeira deve ao resto do país o agravamento do défice público. É bizarro um primeiro-ministro, que tem a responsabilidade de representar um país, virar portugueses contra portugueses, explorar o pior que há nas pessoas, que é o ressentimento para fins de demagogia política, quando tomos sabemos que, se há região que cumpriu todos os objectivos traçados, foi a Madeira”, sublinhou.
O chefe do executivo madeirense clarificou ainda que “não devemos ao resto do país coisa nenhuma. Temos é de continuar a reivindicar o princípio constitucional da equidade do tratamento entre portugueses, quer residam no continente, na Madeira ou nos Açores”. A política tem “alguns limites e quem tem cargos de responsabilidade tem de saber moderar as suas afirmações. O jogo de conquista do poder não vale tudo, sobretudo quando estão em causa as regiões do país”.
Neste momento, a “Região vai continuar a cumprir as suas obrigações” e, acima de tudo, não vai deixar de reivindicar as “responsabilidades do Estado” para com a Madeira, como é o caso da dívida de cerca de 16 milhões de euros que o Estado Português deve à Região, por conta dos serviços que o SESARAM está a prestar a organismos centrais, além de outras realidades “que vergonhosamente continuam a ser cobradas”.