Madeira

Madeira registou o maior crescimento de produtividade entre 2000 e 2016

None

O crescimento moderado da região Norte e a queda do Produto Interno Bruto (PIB) na região de Lisboa explicam, segundo a OCDE, que Portugal tenha registado a 3.ª maior redução das disparidades económicas regionais entre 2000 e 2016.

Segundo um estudo a que a Lusa teve hoje acesso, “as diferenças entre as regiões portuguesas [Norte, Centro, Área Metropolitana de Lisboa, Alentejo, Algarve, Madeira e Açores] em termos de PIB per capita diminuíram nos últimos 16 anos”, diminuição que se deve “a uma queda do PIB per capita na região metropolitana de Lisboa desde 2010 e a um crescimento moderado da região Norte desde 2013”.

O relatório Panorama das Regiões e Cidades da OCDE 2018 mostra que, desde 2000, as disparidades regionais aumentaram em metade dos países da OCDE (incluindo Espanha e Irlanda) mas permaneceram estáveis ou diminuíram na outra metade (incluindo Chile, México e Nova Zelândia).

No caso de Portugal, os dados revelam que, na área da OCDE, o país registou a 3.ª maior redução de disparidades económicas regionais entre 2000 e 2016 e 9ª menor em 2016.

De acordo com o mesmo relatório, foi a Madeira que, no período entre 2000 e 2016, registou o maior crescimento de produtividade entre as regiões portuguesas (1,9% ao ano), diminuindo a diferença em relação à Área Metropolitana de Lisboa, que embora tenha registado o menor crescimento da produtividade (0,2% ao ano) continua a ser a região mais produtiva em Portugal.

Em matéria de desemprego juvenil, as sete regiões portuguesas registaram uma taxa superior à média da OCDE, sendo que a região Norte, que reduziu para metade o desemprego juvenil desde 2013, foi a que apresentou a maior taxa, 25,9 %, dez pontos percentuais acima da média da OCDE.

“As maiores disparidades regionais são encontradas na saúde e no acesso aos serviços: no primeiro caso, Lisboa está entre os primeiros 35% das regiões da OCDE e os Açores nos 15% mais baixos”, lê-se no documento.

Já as regiões portuguesas com melhor desempenho (Açores, Algarve e Centro) têm melhores indicadores dos que a região da OCDE, em matéria de esperança de vida, taxa de mortalidade, acesso à banda larga, taxa de homicídios, quartos por pessoa, taxa de emprego e poluição atmosférica.

Ainda segundo o estudo, as duas áreas metropolitanas do Porto e Lisboa representam 48% do PIB nacional e 37% do emprego.

A Área Metropolitana de Lisboa ocupa o 193.º lugar em 329 das áreas metropolitanas em termos de PIB per capita, perdendo 62 posições em relação a 2000.

Já o Porto encontra-se entre os 20% mais baixos da OCDE em termos de PIB per capita.

Ainda de acordo com o mesmo documento, “em Portugal, 52% do investimento público total foi realizado pelos governos subnacionais, em comparação com uma média da OCDE de 56,9%”, que “gastaram 29% do seu orçamento em serviços públicos gerais, quase o dobro da média da OCDE em 2016”.