Madeira

Diferenciação entre Costa Norte e Costa Sul da Madeira é “guerra” que terá de ser combatida

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O líder do PS-Madeira mostrou-se hoje preocupado com a questão da diferenciação que existe entre a costa norte e a costa sul da Madeira, considerando que tal é “uma guerra que terá de ser ganha por todos nós” num futuro próximo.

Emanuel Câmara falava no debate ‘a cidade e as serras. E as pessoas’, organizado pelo seu partido, onde apontou o problema do despovoamento e do êxodo rural, considerando que o combate a esta situação compete não só às autarquias, mas também, e sobretudo, ao Governo Regional, que tem de “ser competente e responsável para evitar de forma sustentada que isso continue a acontecer”. Referindo-se à costa norte, o líder socialista adiantou que o Executivo madeirense não tem sabido encontrar forma de os jovens que ali nascem se fixarem nos respectivos concelhos.

No caso do Porto Moniz, lembrou, por exemplo, a pujança que a agropecuária já teve e o estado em que está hoje em dia a Estação Zootécnica. Segundo referiu, a mesma foi votada ao abandono e só agora, “porque há eleições para o ano, lembram-se que é preciso recuperá-la e reconstruí-la”.

De resto, Emanuel Câmara deu também conta do objectivo do PS-Madeira, designadamente uma grande coligação com a sociedade civil madeirense, a qual passa por várias áreas e temáticas, tais como a que está em debate no dia de hoje, as que já foram discutidas e aquelas que serão abordadas futuramente.

Agradeceu o contributo dos oradores convidados, salientando que são “mais-valias” que serão aproveitadas e compiladas para que, “daqui a um ano, comecemos a pô-las em prática ao sermos poder na Região Autónoma da Madeira, como todos nós esperamos”.

Por seu turno, Sílvia Sousa Silva, coordenadora das áreas da Agricultura e Território dos Estados Gerais do PS-M, explicou a importância deste debate, sob o ponto de vista da abordagem da problemática do despovoamento rural e dos riscos associados ao abandono das terras. “Quando falamos de riscos, falamos não só de incêndios, mas também da degradação da paisagem agrícola que nos caracteriza, da propagação de pragas, de matos, de invasoras, mas também da cada vez maior dependência alimentar do exterior, que é uma coisa que nos preocupa”, sustentou.

Referindo que produzimos pouco, Sílvia Sousa Silva reconhece não ser possível termos a pretensão de “auto-suficiência relativamente à produção de alimentos”, mas acrescenta que temos todo um território abandonado que interessa ocupar e que interessa produzir, para contrariar o despovoamento e o desemprego.