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Madeira

Armadores, pescadores e empresários propõem suspensão da pesca no mês de Abril

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Os principais operadores do sector das pescas da Região - armadores, pescadores e empresários da indústria e comercialização - propuseram, por unanimidade, ao secretário regional de Mar e Pescas a suspensão da actividade durante o mês de Abril.

A sugestão surgiu no decorrer de uma reunião de trabalho, via Skype, na tarde desta segunda-feira (30 de Março), entre Teófilo Cunha e os principais operadores de pesca regional, “com o objectivo de recolher dos próprios informações que ajudem o Governo Regional à tomada de decisões em face das profundas restrições impostas pelas medidas de combate à pandemia da Covid-19”.

Armadores, pescadores, empresários da indústria e da comercialização afirmam-se “preocupados com o avanço da crise pandémica” e dizem que “é melhor parar agora do que mais para a frente”, “até porque o consumo de peixe fresco já quase não existe”, logo, “se não há consumo, não há escoamento”.

Na reunião, via Skype, participaram o director regional de Pescas, Rui Fernandes, o director de serviços de lotas e entrepostos, Pedro Delgado, os empresários José Ornelas, grupo Ilha Peixe, João Nascimento, Grupo Vidinha, Tiago Abreu (J Nelson Abreu) e o presidente da Coopesca Madeira, Jacinto Silva, que representa armadores e pescadores.

Os participantes na reunião apontaram ainda “a dificuldade para aplicar os planos de contingência nos barcos”, em virtude das características das embarcações.

“Não é possível cumprir com a regras, se um pescador é infectado, vai infectar todos. É melhor parar já!”, alertou José Ornelas, da Ilha Peixe, que recebeu a concordância do presidente da Coopesca. “Não se pode exigir a um pescador que depois de vários dias no mar quando chega a terra tem de ficar no barco de quarentena obrigatória, isso é impossível”, sublinhou Jacinto Silva.

Já João Nascimento, do Grupo Vidinha, disse que só aceita a suspensão caso a situação dos pescadores, armadores e empresários for acautelada. Se tal não acontecer, o Grupo Vidinha diz que não aceita a suspensão.

O pedido para que todos fiquem em terra será agora avaliado pelo Governo Regional considerando as sugestões unânimes transmitidas ao secretário de Mar e Pescas.

A suspensão é para todo o mês de Abril, tendo os armadores e empresários sugerido uma avaliação aos primeiros 15 dias de paragem e que, antes do recomeço, “este tempo seja aproveitado para rever o modelo de pesca regional, definir um quadro de regras e condições”.

Em comunicado de imprensa, a tutela aponta ainda que “há questões que precisam de ser acauteladas, nomeadamente apoios directos aos pescadores que por força da paragem ficarão sem rendimentos, mas também compensações aos armadores”.

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