Totalitarismos

O Parlamento Europeu (PE) aprovou por larga maioria uma resolução onde se “condena veementemente os atos de agressão, os crimes contra a humanidade e as violações em massa dos direitos humanos perpetrados pelos regimes nazi e comunista e por outros regimes totalitários”. Dos eurodeputados portugueses só os do PCP e BE votaram contra. Se o voto do PCP não me surpreendeu já o do BE deixou-me algo surpreendido, ou talvez não já que sendo agora um partido do arco do poder começa a enfermar dos mesmos vícios e contradições dos que já lá andam há mais tempo, por isso na Assembleia da República não se importou de votar a moção “light” do PS para consumo interno. Já o PCP manteve o “negacionismo” sobre os crimes contra a humanidade perpetrados pelos regimes comunistas em todo o mundo cuja estimativa global é de 100 milhões de vítimas com relevo para a ex-União Soviética (US) – 20 milhões e China – 50 milhões, números que se equiparam ao total de mortos da 2ª Guerra Mundial, incluindo as vítimas do holocausto nazi. Mais do que apurar quem fez mais vítimas, importa sobretudo alertar para o destino fatal de crueldade e desumanidade a que nos conduziram todos os totalitarismos, com supressão das liberdades, perseguições, prisões arbitrárias, tortura, julgamentos fantoches, ditaduras e extermínio dos que se atrevem a expressar pensamentos discordantes. Mas para o PCP não são mais do que “as mais reacionárias conceções e falsificações da História contemporânea” para tentar “silenciar o papel dos comunistas na libertação dos povos da opressão fascista como em Portugal”. Quem libertou o povo português da ditadura foi o golpe militar do 25 de Abril de 1974 e não os comunistas que pretenderam, isso sim, instaurar uma nova ditadura para substituir a que acabara de ser derrubada. A sua tese de “libertação dos povos” está bem patente no pacto de não agressão entre Hitler e Estaline que levou à partilha da Polónia entre US e Alemanha e anexação dos países bálticos pela US.