Contam-se em Portugal inúmeras famílias carenciadas, pobres e em miséria de criar baratas pelas paredes fora. A esses infelizes, juntam-se um ou mais crianças em trajes de carência de de afecto, educação, paz e pão. Ouvem-se discursos de grande calibre filosófico, e até teológico e político de grande saber. Há Organismos que vigiam de perto tudo isto e mais aquilo em que são ignorantes com reconhecimento dos casos. Têm siglas curtas e outras mais longas para nos explicarem qual o seu destino e a sua tarefa. CNPCJ umas, CPCJ outras por lá a disfarçar acção. Crianças que se vem a descobrir depois de sofrerem maus tratos de ferida e de morte, acabam por serem notícia de que estavam já sinalizadas por tais Organismos da Segurança Social, e responsáveis de bem, que andam lá por ministérios de mal. A descoberta anuncia-nos quase sempre, por notícia dos media, que tais famílias e crianças nelas nascidas e sub-criadas, estão sinalizadas agora por uma Cruz num cemitério perto de si. Desconhecemos até ao momento se alguém ou um técnico do Estado, lá vai colocar um ramito de flores de canteiro, malmequeres pode ser, em substituição de um familiar que também jaz por lá!

Joaquim A. Moura