PS e viabilização da intrujice

“PS viabiliza novo modelo de mobilidade” titula uma notícia no DN de 5/7. No desenvolvimento da “noticia” é referido que os deputados do PS na Assembleia da República (AR) irão “aprovar” a resolução que preconiza o pagamento pelos residentes na Região Autónoma da Madeira (RAM) de “apenas” 86 euros nas viagens aéreas ente a RAM e o Continente. À primeira vista os mais distraídos poderiam ser induzidos em erro com o verbo utilizado no título da mesma e levados a pensar que se não fosse o PS a “viabilizar” a resolução não seria aprovada. Para os mais esquecidos convém lembrar que o PS foi o único partido que se opôs a esta proposta, apoiada pelos restantes partidos com assento parlamentar, para que os residentes na RAM pagassem apenas a parte que lhes cabe ao adquirir as passagens aéreas entre a RAM e o Continente. E mesmo que os deputados do PS na AR se abstivessem ou até votassem contra a resolução seria sempre aprovada pelos restantes partidos com assento parlamentar, pois o PS não tem maioria absoluta na AR, e isto deveria funcionar como um alerta de quão pernicioso seria para a RAM se a tivessem. Esta mudança tardia e oportunista do sentido de voto dos deputados socialistas visa exclusivamente as próximas eleições regionais e não é mais do que uma tentativa in extremis para minorar o impacto negativo da decisão inicial, de recusar um direito que nos assiste na luta contra a insularidade e o espezinhamento da nossa autonomia, e dos eventuais estragos na campanha do seu candidato Paulo Cafôfo (PC), que tem pactuado a 100% com todas as diatribes do PS e do atual governo da República contra os legítimos interesses dos madeirenses e dos portossantenses. PC vem agora tentar convencer-nos que esta decisão de AC e dos PS não é meramente eleitoralista e que foram as suas “falinhas mansas” que os convenceram a alterar o sentido de voto, o que torna as atitudes destes personagens para com os madeirenses e portossantenses ainda mais perversas.

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