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Pensar q.b.

Pensar no futuro leva-nos a valorizar a nossa qualidade de vida, mas em presença de um horizonte onde se desenha um futuro tão incerto, a nossa mente insiste em percorrer caminhos sinuosos, de momentos que ainda não aconteceram, arrastando-nos para um estado de ansiedade quase patológico. Pensar, pensar... As nossas expectativas, as nossas responsabilidades e a sensação de não estarmos preparados para lidar com a situação actual são geradoras de uma angústia terrível. Vivemos no universo do medo, onde coabitam vários medos: o da perda da saúde, o da perda do emprego, o da perda de bens entre outros... medo de perder tudo.

As nossas rotinas foram afectadas e, do sempre a correr atrás, ficou a sensação de que o tempo parou. Fomos afastados de familiares, de amigos, de colegas e as nossas relações interpessoais ressentem-se. Porque está na nossa essência a sede de relação e comunicação. Paradoxalmente, num passado muito recente, privilegiamos os contactos virtuais em detrimento da realidade. A socialização, hoje tão desejada, foi sendo substituída por telemóveis, iPads, tablets... Somos bombardeados com excesso de (des)informação, o que nos deixa cada vez mais confusos. Os factos são divulgados, modificados e desactualizados a uma velocidade vertiginosa. Neste turbilhão de pensamentos e emoções ainda não se vislumbra a tão ambicionada luzinha ao fundo do túnel.

É nos momentos mais duros que aprendemos as maiores lições. Oxalá aprendamos todos-Governantes e governados.

Não ouçamos quem nos mente e nos vende confabulacões. Lembremo-nos de quem nos levanta (rá) quando o nosso mundo cai(r). Saibamos erigir uma Sociedade de mais razão, verdade e solidariedade quando as dores de hoje dormirem no passado.

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