Paraíso?

Cheguei dia 10 ao Porto Santo para ficar alojado no centro da vila durante uma semana e assim usufruir de uma semana de férias naquela que se intitula a ilha dourada e o paraíso no meio do Atlântico.

Confesso que nunca pensei que o tal paraíso incluísse música diária até às 4 da manhã a um nível tão alto que faz as paredes e vidros do alojamento estremecerem.

Barulho com uns decibéis tão altos que não nos faz crer que tenham sido autorizados/licenciados pelas autoridade (in)competentes. Infelizmente, após contacto às autoridades policiais, verifica-se que este suposto festival dentro da vila foi autorizado pelas entidades oficiais.

Este tipo de festivais, noutros locais no país e no mundo, são sempre realizados em locais distantes dos centros populacionais, essencialmente por uma questão de bom senso e respeito pelos moradores e visitantes, a qual parece ter deixado de existir para o Porto Santo (o negócio sobrepõe-se agora à lei do ruído?).

Se o objectivo é destruir tudo aquilo que o Porto Santo tem vindo a representar ao longo dos anos e tornar a ilha uma espécie de Ibiza em versão rasca, então penso que estarão no bom caminho.

Também tenho curiosidade em saber se o suposto festival de música fosse proposto para a zona de outras unidades hoteleiras, com aquela onde se situam as unidades do Pestana, se tal licença seria concedida ou sequer equacionada.

Numa altura em que se fala muito na sustentabilidade da ilha do Porto Santo, talvez um bom início fosse, em vez de veículos ecológicos e silenciosos, que a aposta fosse no bem estar dos cidadãos e visitantes do Porto Santo e que o bom senso das autoridades e entidades oficiais pudesse imperar.

Porque desta forma será muito difícil aconselhar a ilha a quem quer que seja.

Miguel F. Carvalho