O polvo

António Costa (AC) na caça ao voto ignora a ética socialista que tanto evocou para conseguir o apoio de BE e PCP para alcançar o poder e tornará a evocar no caso de ter de recorrer a um dos referidos parceiros ou a ambos para formar maioria absoluta no próximo parlamento. É vê-lo num autêntico frenesim eleitoralista repleto de cinismo numa ânsia incontida de alcançar o poder “absoluto”, tentando agradar à esquerda, à direita e ao centro prometendo tudo e mais alguma coisa daquilo que o governo não fez durante 4 anos. A legislatura que termina serviu para AC, mais do que governar, fazer pré-campanha eleitoral. Aliás basta lembrar-mo-nos da entrevista do Ministro das Finanças ao Finantial Times ao afirmar: “não houve uma dramática viragem da austeridade” e que “não foram grandes mudanças” em relação ao governo anterior, para termos a certeza de que AC andou 4 anos a tentar “enganar” os portugueses com promessas eleitoralistas de investimento público que sabia de antemão que não poderia cumprir e que foram sendo sucessivamente adiadas a cada OE. É aqui que reside o busílis da questão. O que o governo de AC fez, e qualquer outro governo tê-lo-ia feito, foi devolver aos funcionários do Estado verbas que tinham sido congeladas durante o período de resgate do País da bancarrota em foi lançado pelo governo PS de Sócrates, e isso só foi possível pela competência do governo anterior na recuperação plena do País da situação de bancarrota em que o tinha recebido. As restantes medidas prometidas por AC foram apenas e só propaganda. O regresso dos jovens licenciados que emigraram? Um fiasco e pior que isso a emigração de jovens com formação superior continua a aumentar! Mais e melhores empregos e salários para os jovens com formação superior? Precariedade e trabalho de qualificações inferiores às que têm e salário por vezes inferior ao salário mínimo! Saúde? Transportes Públicos? Tribunais? Insularidade? É o mimetismo do “polvo” para caçar votos!

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