O início ou apenas uma ilusão?

Vou começar com um discurso muito baseado num outro que um amigo meu deu quando estávamos a ouvi-lo numa espécie de conferência. Então, para os que não me conhecem ainda eu chamo-me Alexis Fernandes, tenho 33 anos e já desde a minha adolescência (14 anos) que tive o sonho de cantar mesmo, para um público enorme, consegui fazê-lo pela primeira vez aos 17 anos no Festival do Faial 2005, com uma canção de nome “Jovem Ergue o teu Lema” (canção essa que adoraria poder colocar num futuro álbum que possa vir a ter, mas não a coloquei ainda porque queria falar com o Sr. António Miguel Jardim sob pena de poder falar com ele sobre os direitos de autor, aliás, não nos podemos esquecer de que a música é dele, e foi ele que me deu a oportunidade de estar no Festival do Faial).

Depois do Festival do Faial fui participando noutros concursos regionais e nacionais, uns tive mais sorte, outros menos mas fui sempre insistindo nesses concursos nem que seja para aprender mais alguma coisa.

Depois do Festival do Faial ainda cheguei a temer que as minhas performances fossem ficar reduzidas apenas aos karaokes (confesso que à custa disso, sentia-me um pouco frustrado de vez em quando), os karaokes que ocasionalmente frequentava na altura (isto não significa que os karaokes sejam má coisa, significa sim de que os karaokes têm a sua forma de cantar enquanto que em palco temos outra, aliás houve um dia que um dos karaokes quis me contratar por ter gostado de uma das performances que dei lá, salvo o erro foi ao som de “Creep” dos Radiohead, infelizmente não pude aceitar porque hoje os meus compromissos artísticos preenchem a agenda quase inteira).

Depois de várias sessões de karaoke e de concursos de talentos, minha mãe viu que não estava a ter sorte, sobretudo nos castings do “The Voice”, então resolveu arranjar uma solução alternativa para mim, colocou-me no Dançando com a Diferença e eu passei a...além de cantar em palco, dançar, passei a fazer as duas coisas em palco ao mesmo tempo, ainda hoje custa-me acreditar que foi quase de um dia para outro que isso aconteceu. Na altura eu ainda procurava forma de fazer as minhas próprias músicas...várias tentativas frustradas de entender o mundo da produção musical, e enquanto eu pesquisava intensamente sobre produção musical, tentava colaborar com a minha voz em músicas já produzidas por outros produtores, a única vez que tive sucesso em fazer a coisa através desse meio foi com o meu novo single “Monster” que já se encontra no Spotify (sob o meu nome artístico “Alex Amarelo”), os direitos sob essa música ficaram repartidos entre o produtor (Jorge Paulo), o baixista (Jean Toudou) e o letrista/cantor (eu mesmo)...porém, houve um dia que quando estava a viajar pelos artigos online da FNAC fiquei curioso, assim do nada, sobre um produto que lá se encontrava que se chamava “Novation Launchpad Mark II” (custou cerca de 280€), e como eu sou o senhor curioso das coisas que exploro, lá fui eu ao Youtube investigar um pouco mais sobre o aparelho, e não é que era aquele o aparelho que eu tanto precisava para começar a fazer música?? Ainda mais curioso é que imediatamente depois de ter adquirido o aparelho consegui fazer, não uma, não duas, não três, não quatro, mas cinco (!) músicas seguidas, e depois dessas cinco ainda vieram mais e elas continuam aparecendo à medida que o tempo passa...o que tudo muda de um dia para outro de vez em quando nas nossas vidas é impressionante, acreditem!

Mas não foi só com a ajuda de terceiros que consegui alguma coisa...claro que nalgumas coisas eu também tive que me aplicar, senão, calculo que as coisas não fossem funcionar nem a torto nem a direito, estou errado?

Uma dessas coisas foi me inscrever num site que se chama Spinnup.com , para quem não sabe o Spinnup é um serviço de distribuição de música digital que inclusive colabora com empresas como a “Universal Music Group”. No princípio a intenção que eu tinha (numa altura que não sabia patavina do que estava a fazer) era de ver se conseguia chance de conseguir que uma editora ouvisse a música que eu criava. E eles até chegaram a ouvir...só que como recusaram eu parti do princípio que não havia mais nada a fazer e todas as minhas esperanças se tinham evaporado. No entanto, um dia recebo um mail da própria Spinnup a me dar os parabéns e a me dizer que a música estava online não só no Spotify, mas também noutras plataformas como o Deezer, iTunes, Amazon Music, Soundcloud, etc...eu fiquei como quem diz: “Como é que isto é possível?”.

Mas a verdade é que aconteceu. E tanto aconteceu que eu hoje tenho a honra de ir a Estúdio bem mais vezes do que ia, de ter bem mais probabilidades de conseguir músicas originais. De poder estabelecer com muita felicidade mas com os pés assentes no chão, novas metas a cumprir (tais como cantar em palco sozinho internacionalmente, em festivais internacionais que promovam novos artistas, que ainda não tenham sido escutados. É desta forma que viro a cabeça para a frente, e caminho...mais devagar do que o meu corpo queria, mas se tiver que ser assim, que assim seja.

Um bem haja a todos e que ninguém desista dos seus sonhos, independentemente de ser cantar, actuar, fazer uma caminhada pelo mundo, ou outra coisa qualquer...