“Histórico da Diocese”

O Senhor Jornalista Victor Hugo, em artigo intitulado “Histórico da Diocese” e publicado no Diário de Notícias da Madeira do passado dia 11 do corrente mês, achou por bem tecer algumas considerações e avaliar o desempenho da missão episcopal do nosso Bispo D. António Carrilho, quase a completar 11 anos ao serviço da Diocese do Funchal. Acresce ainda a “legítima” preocupação do matutino quanto à indefinição da data da sua sucessão apostólica e às dificuldades prementes que aguardam e até inibem futuros “candidatos” à Missão de ensinar, santificar e governar esta nossa Igreja Particular do Funchal. Foi esta a “prenda surpresa” que o Diário reservou para o nosso Pastor, em pleno dia do seu 76.º aniversário natalício. O exaustivo trabalho de investigação jornalística, ao longo de alguns dias, passou pela auscultação do Gabinete de Informação da Diocese por indisponibilidade do Bispo, recolha de opiniões de um “investigador com boas ligações ao clero”, um grupo de padres que “fala abertamente no anonimato”, um sacerdote da capital, bem como pela comparação com o múnus do seu antecessor no episcopado e os casos dos Padres Martins Júnior, Frederico Marcos da Cunha, Humberto Mendonça, Giselo Andrade, influência do lóbi gay, Jornal da Madeira e as celebrações dos 500 anos da Diocese e o respetivo Congresso. É de muito mau gosto, ofensivo até, brindar uma pessoa com uma notícia depreciativa sobre o seu trabalho e testemunho de vida em dia de aniversário. Custa-me aceitar que uma peça jornalística avalie de forma tão leviana e superficial o exercício do serviço pastoral ao longo de 11 anos. Entristece-me que se queira imputar ao Bispo toda a responsabilidade sobre o que de menos bom ou fora da norma acontece na vida da Igreja e no comportamento de alguns dos seus diretos Colaboradores (Padres) na Missão episcopal. Acho anedótico, a bem da verdade, fazer notícia segundo o paradigma do “ouvi dizer que...” ou recorrendo a pessoas que “falam abertamente no anonimato”. Por favor, deem a cara e assumam convictamente o que afirmam. Interpretar o ser/viver a Igreja hoje à luz de fatos passados ainda mal resolvidos ou não perfeitamente esclarecidos por má vontade, é redutor. Quem está fora da comunhão com a Igreja, por pena canónica, pode recorrer às suas instâncias superiores e acatar, com humilde generosidade e boa vontade, as suas recomendações, em ordem a integrar-se novamente na comunhão plena. Isto está consignado nos direitos civil e canónico. Afirmar-se que tudo continua na mesma, no que respeita a estruturas e pessoas, não corresponde à verdade e é injusto para quantos dão do seu tempo, ao serviço dos outros.Os Bispos, como afirma o Papa Francisco, “são colunas da Igreja e o seu trabalho é testemunhar a Ressurreição de Jesus”, anunciando o evangelho com a sua própria vida, “e rezar”. E continua o Papa: “fazer planos pastorais não é a primeira tarefa do Bispo, mas sim rezar”. Continuemos a rezar pela santificação do nosso clero, consagrados e fiéis leigos.Deus continua a querer precisar de cada um de nós, mesmo com as nossas limitações e fraquezas.