Há pontas soltas...

Os profissionais da política, que estão hoje na Administração Regional e Local, fizeram carreira nas hostes partidárias.

Deram o salto para o aparelho do Estado com a vitória dos respectivos partidos. Não conhecem muito mais mundo para além do dos seus gabinetes. Ocuparam lugares, reflexo de comportamentos fundados numa cultura de amiguismo e compadrio, contribuindo para um atraso cada vez maior da sua localidade, região e até do país.

Elementos de uma teia de interesses, com contornos de nítida corrupção, espalham-se por diversos Organismos (Instituições, autarquias ) que, directa ou indirectamente, são tutelados pelo Governo.

O poder político, perante estas evidências reage com desvalorização, silêncio, inacção e ausência de consequências.

A alienação, a ignorância voluntária é a melhor fonte de alimentação para a perpetuação no poder. Fingir (que tudo está bem) até pode ser uma questão de sobrevivência, mas deliberar sem usar os neurónios tem os seus custos. E os resultados estão aí...

Depois de alguns dias de turbulência, de manipulação, de promessas sem sentido, ficámos a saber quem deu tiros nos pés, quem foi atingido pelos estilhaços e quem deu o tiro mais certeiro.

O resultado não espanta. A escolha foi feita, não por todos, mas foi feita.

Terminou o período de distribuição de promessas ao desbarato e passou-se à realidade (com alguns abalos) de todos os dias...

O desejo de mudança foi inequivocamente demonstrado.

Mudou-se alguma coisa, para ficar tudo no mesmo, ou quem sabe, pior.

Ainda há muitas pontas soltas...

Madalena Castro