Discursos de Abril

Todos os anos por ocasião do aniversário da revolução de Abril, assiste-se um pouco por todo o País a discursos proferidos por diversas entidades públicas.

Os citados discursos não passam de discursos de circunstância e não alteram rigorosamente nada a vida dos cidadãos. Num País onde triunfou uma revolução e que passados 45 anos o ordenado mínimo vale menos do que valia à época, é caso para perguntar a quem é que beneficiou a revolução.

Num País onde a corrupção é generalizada e os políticos são na sua grande maioria vigaristas, corruptos e aldrabões não se pode esperar outra coisa que não seja cada vez maior desigualdade entre as pessoas. A corrupção que cada vez é maior, é de longe o maior flagelo que se abateu sobre a sociedade portuguesa. Se é verdade que a revolução teve muitos aspetos positivos também tornou este País num paraíso para os corruptos que atuam com a maior impunidade.

Nas comemorações do 25 de Abril o discurso que merece mais atenção é o do Chefe de Estado, mas a corrupção não constou da sua mensagem.

Não é o PR, o garante do normal funcionamentos das instituições? É normal um Presidente da República não pedir responsabilidades a quem governa pelo não combate à corrupção? Até instituições internacionais têm pedido ao governo português para que investam bastante no combate à fraude. O atual PR que está sempre em todo o lado, não seria melhor parar em Belém e trabalhar para que este País fosse de facto um Estado de Direito? Não foi para isso que foi eleito?

Passados tantos anos o sistema judicial português é uma vergonha e já nem as decisões dos tribunais são respeitadas.

Na Assembleia da República existe uma comissão de transparência cuja principal função é branquear as ilegalidades cometidas pelos deputados da Nação.

Uma enorme derrota de Abril foi a privatização dos CTT. e hoje é ver pessoas em casa dos vizinhos à procura da sua correspondência. Antes só a PIDE tinha acesso à correspondência pessoal dos cidadãos. Hoje qualquer pessoa tem acesso a correspondência que não lhe pertence.

Resta falar da autonomia também efeito de Abril. O que se sabe é que temos o partido laranja no poder que tomou conta da ilha e fez dela uma coutada para muitos. Nunca conviveram com uma democracia plena e muitos foram perseguidos e enxovalhados pelo facto de terem opiniões próprias.