Castigos?...Só para alguns!

Na sequência da notícia divulgada a 4 de Fevereiro do corrente ano, recorro às cartas do leitor para revelar que o afirmado pelo presidente da corporação dos Bombeiros Voluntários de Câmara de Lobos é falso e incongruente.

O presidente afirmou, em notícia divulgada a 6 de Fevereiro de 2017, que não seriam aplicados castigos a elementos daquela corporação, na sequência da PSP ter sido chamada para identificar 2 bombeiros. Bombeiros esses que apenas estavam no seu local de trabalho, mas não em serviço. Afirmou que o caso seria desvalorizado, deixando claro que o assunto seria resolvido internamente, pela via do diálogo e garantiu que não haveria nenhum castigo para ninguém.

Esquece o Sr. Presidente (agora na notícia do corrente mês) que não foi só um bombeiro suspenso, mas sim dois, e esquece-se ainda de mencionar o histórico desse processo. O comando alegou indisciplina grosseira ao comandante. Falso. Esses bombeiros, reforço, apenas estavam no seu local de trabalho, mas não em serviço e devido a isso foi dada ordem para ser chamada a PSP ao local.

Iniciou-se então um processo de averiguações sobre o caso, sendo o instrutor desse processo o bombeiro do “fogo de artificio” dado em Agosto de 2016 e nada se passou, quando havia uma proibição decretada pela Protecção Civil para o disparo de fogo e/ou realização de fogueiras dadas as condições adversas da altura e do risco elevado de incêndio. Aqui não houve nem processos, nem castigos, nem averiguações. Será que esta situação não era também merecedora de um processo? Não se tratou de indisciplina grosseira contra a Protecção Civil, órgão máximo? Mas esse mesmo bombeiro foi nomeado instrutor do processo de averiguação contra os dois bombeiros que estavam no quartel e sob os quais a PSP foi chamada. Resumindo o caso, para quem não queria castigar, esses bombeiros apanham uma suspensão de 60 a 180 dias, decisão da qual eles recorreram (contradizendo o afirmado pelo segundo comandante), abandonando posteriormente a corporação por se sentirem injustiçados e perseguidos.

Conclusão, a notícia de 4 Fevereiro contradiz a de 2017. Para além de que o segundo comandante fala em rigor, ética e disciplina, mas esquece-se que o exemplo vem de cima. O caso acima reportado é apenas um, de muitos, que são abafados e desvalorizados naquela corporação. Não se entende que todos os mecanismos legais sejam accionados para umas coisas e para outras não, ficando situações graves guardadas na gaveta, situações essas provocadas por elementos protegidos pelo comando. Onde está a ética, o rigor e a disciplina aqui? Como pode o segundo comandante exigir tais valores, se o próprio comando não os aplica?

Acerca das promoções, há muito desejadas na corporação, devia o segundo comandante se recordar que as mesmas foram promessa do Governo Regional, seja para Câmara de Lobos, seja para outras corporações na região, não sendo os louros atribuídos à sua pessoa como o pretendeu fazer.

É de lamentar que uma instituição da qual fiz parte esteja neste estado...