Árvores, pontes, temporais, tolerância...

Árvores, pontes, temporais, tolerância com os que caem, debates, ofensas aos adversários...

1. As fações do Partido Socialista, nomeadamente a fação chefiada por Vítor Freitas sempre disse que o Miguel Fonseca mudava de posição de vez em quando. A que se deve isso? É simples: eu movo-me por princípios e aplico esses princípios seja quem for que esteja em causa. Já as fações movem-se por interesses e fidelidades partidárias e só aplicam os princípios quando lhes dá jeito aos outros.

2. Sou contra a criminalização da política. Os políticos pelo que fizeram respondem em eleições, não em tribunal, a não ser que tenham cometidos atos em si mesmo criminosos, de forma pessoal e intransmissível, por exemplo, corrupção. Na queda da Ponte de Entre-os-Rios, nos incêndios que, infelizmente, todos os anos assolam o nosso País, nas enxurradas, na queda das palmeiras no Porto Santo, na queda do carvalho do Monte, sou pela responsabilidade política, não pela responsabilidade criminal dos titulares dos órgãos. Deve responder quem é técnica e funcionalmente responsável pelo funcionamento das estruturas.

3. Este é o princípio, o princípio da responsabilidade política, que aplico em todas as situações aqui expostas, e não mudo de posição consoante o responsável político é do meu partido ou da facção, seja ele Jorge Coelho, Guterres, os diversos primeiros-ministros que lideravam o País durante a época dos incêndios (como hoje faz a Direita), seja o autarca do Porto Santo, seja o do Funchal. Mas vi o Dr. Vítor Freitas condenar o autarca do Porto Santo e estar calado agora; viu-os a condenarem, no 20 de Fevereiro, ainda a tragédia não ia a meio, e se calarem aquando dos incêndios no Funchal. Quem atua segunda a fação cai nessa contradição. Acresce que também tenho outra princípio: não dou pontapés em quem está caído no chão ou está em situação difícil.

4. Sempre condenei a linguagem chocarreira, ao longo de 40 anos, usada por elementos do PSD Madeira contra os deputados e deputadas da Oposição. Vou calar-me quando há por aí um elemento do “Novo Regime” que se ri e faz chacota quando intervêm deputados municipais da Oposição na Assembleia Municipal do Funchal? Ou que diz que os deputados que criticam Paulo Cafôfo na ALR estão a «ladrar»?! Execrável e muito mau.

5. Sempre acusei o PSD e o seu líder, Alberto João Presidente, de atitudes antidemocráticas quando se recusavam ao debate, nomeadamente o frente a frente em épocas de eleições. Como posso agora pactuar com o facto de a candidatura socialista nas «primárias» do PS que quer Paulo candidato a Presidente do Governo recuse os debates nestas eleições internas? O que pensarão os socialistas que, ao longo de mais 40 anos, pugnaram pelo debate democrático e o esclarecimento dos eleitores de propostas, programa, estratégias para a Região Autónomas da Madeira?

6. Reafirmo-me democrata, socialista e independente e os meus princípios não mudam conforme os protagonistas. A minha atitude é que muda face à conduta dos protagonistas. O que é antidemocrático quando praticado pelo protagonista A não muda quando praticado pelo protagonista B.

7. Movo-mo por ideias, programas, ideologias e princípios e não por interesses e fidelidade de facção ou de grupo.