Funchal ‘déjà vu’

Em 2013 o Funchal apostou no projecto Mudança. Em seis meses a MUDANÇA materializou-se, ou seja, em 2014 MUDARAM três Vereadores e a Presidente da Assembleia Municipal, em aberta litigância, após um golpe fabricado pelo Sr. Cafôfo, num “case study” em matéria de lealdade com a sua equipa autárquica.

Na reedição da MUDANÇA para a Assembleia Legislativa Regional, esse lema, que foi chão que deu uva em 2013, em 2015 só deu parra, em conjunto com a liderança de então do PS-Madeira, que acusou o desastre. Nesse momento até a própria MUDANÇA desconfiou de si.

Agora em 2017 o re-candidato Cafôfo tornou-se num pajem do Terreiro do Paço, a mando de António Costa, que tem por missão duas coisas na ilha adjacente: a primeira é apoderar-se do PS-Madeira, naquela refinada atitude em que o parasita engole o hospedeiro. E em segundo lugar, conquistar em 2019 a Quinta Vigia. Se um sindicato foi a rampa para a autarquia, porque não a autarquia ser trampolim para outros voos? António Costa viu na pequena geringonça funchalense um arquétipo da sua congénere nacional encimada por um discípulo manso e de pouca escrupulosidade. Assim, o goês lança fogo ao PS regional para que ele se regenere entre as cinzas, e que assim, os rebentos cafofianos (estrumados por outros pequenos partidos que se contentam com migalhas) refilhem no chão calcinado da redenção. O “pau de cabeleira” vai à frente como isco, e a côrte bufa segue-o em fecunda fanfarra publicitária.

O slogan CONFIANÇA tem agora a sua verdadeira expressão no seu antónimo. Pois já se sabe, que o primeiro lote da lista à vereação é para deitar fora como os pintainhos machos que não produzem ovos, até repescar o grupo no fim da lista. Mais “domesticado”. Déjà vu.

Donato Macedo