Turismo

IATA pede reunião à Venezuela sobre repatriação de capitais das companhias aéreas

A IATA solicitou hoje uma reunião com o presidente  Nicolás Maduro para estudar soluções que permitam chegar a um acordo definitivo"  sobre a repatriação de capitais e lucros correspondentes às vendas de bilhetes  das companhias áreas internacionais.

O presidente e conselheiro delegado da Associação Internacional de Transporte  Aéreo (IATA), Tony Tyler, afirmou que o pedido foi feita por carta enviada  ao Presidente venezuelano, na qual pedem para "manter um diálogo de alto  nível em nome das 24 companhias afetadas, com o objetivo de [o Governo venezuelano]  pagar a dívida duma forma rápida e justa".

Desde 2003 que vigora na Venezuela um apertado sistema de controlo cambial  que impede a livre obtenção de moeda estrangeira no país e obriga as companhias  aéreas a terem autorização para poderem repatriar os capitais gerados pelas  suas operações.

De acordo com a IATA, "as companhias aéreas não podem continuar a oferecer  os seus serviços sem garantias de cobrança", estando "a maior parte a tentar  minimizar os riscos reduzindo a capacidade" de lugares disponíveis, enquanto  "outras cessaram completamente as suas operações" para a Venezuela.

As dificuldades, segundo Tony Tyles, fazem com "a Venezuela corra o  risco de desligar-se da economia global".

Segundo a IATA, a Venezuela "deve atualmente 4,1 mil milhões de dólares  (3,05 mil milhões de euros) às companhias aéreas internacionais", relativos  à repatriação dos capitais e lucros correspondentes às vendas de bilhetes  de avião desde 2012, a qual tem sido dificultada pelas leis cambiais vigentes.

Nessa situação está também a portuguesa TAP e outras 15 transportadoras  internacionais.

As dificuldades para repatriar capitais levaram a Air Canada e a Alitalia  a suspenderem recentemente os voos para Caracas, enquanto a American Airlines  reduziu em 80% as suas operações.

A Delta Airlines, uma das maiores companhias aéreas norte-americanas,  anunciou, a 07 de julho último, que vai reduzir 86% dos voos semanais que  realiza entre Atlanta e Caracas, a partir de 01 de agosto.

A 11 de julho, a companhia aérea norte-americana United Airlines anunciou  que reduzirá, a partir de 17 de setembro, as operações aéreas para a Venezuela,  passando a realizar apenas quatro voos semanais entre Miami e Caracas e  deixando de voar aos domingos, quartas-feiras e sextas-feiras.

Entretanto, a alemã Lufthansa anunciou que a partir de 03 de agosto  vai reduzir de cinco para três os voos entre Caracas e Frankfurt e que usará  um avião Airbus A330-300, o que implica uma redução de 40% nos lugares disponíveis.