Turismo

Sectores da aviação e turismo pedem a Bruxelas que ponha fim ao "caos"

O apelo surge numa carta aberta dirigida à presidente do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, na qual as federações, associações e sindicatos europeus, que representam mais de 5 mil membros, sublinham a urgência de Bruxelas assumir a liderança neste processo, face à "contínua falta de coordenação" e "restrições de viagens divergentes", que ameaçam seriamente os postos de trabalho de 27 milhões de europeus.

A carta dá conta dos mais recentes dados, que dão conta de "um declínio contínuo no tráfego de passageiros nos aeroportos europeus durante as primeiras duas semanas de setembro", com uma queda de 73%, mais acentuada que aquela verificada em meados de Agosto (-65%).

"Esta situação caótica requer o seu envolvimento pessoal imediato. Instamo-la, pois, a fazer desta uma questão prioritária, e pedimos-lhe que a aborde diretamente com os chefes de Estado e de Governo" da UE, lê-se na carta aberta enviada a Von der Leyen.

As organizações europeias de viagens, transportes e hotelaria sugerem designadamente que a Comissão Europeia desenvolva um "Protocolo de Testes" harmonizado para viagens na UE, que substitua e suprima as diferentes restrições de quarentena implementadas atualmente na Europa, e permita a efetiva reabertura das fronteiras.

"Esperamos que a UE não nos desiluda", concluem.

Em 04 de Setembro, a Comissão Europeia já adotou uma proposta com vista a garantir que quaisquer medidas decididas pelos Estados-membros que restrinjam a livre circulação devido à pandemia da covid-19 sejam coordenadas e comunicadas claramente a nível da UE.

A proposta que o executivo comunitário submeteu ao Conselho (Estados-membros) prevê que haja critérios comuns para os Estados-membros decretarem restrições de viagens, um mapeamento desses critérios comuns utilizando um código de cores acordado entre os 27, um quadro comum de medidas aplicadas aos viajantes provenientes de zonas de alto risco, e informação clara e atempada ao público sobre quaisquer restrições, que devem ser anunciadas com uma semana de antecedência.

Na ocasião, Ursula von der Leyen defendeu a necessidade de haver "mais clareza e previsibilidade" no que respeita às regras para restrição da livre circulação na União Europeia devido à pandemia da covid-19.

"A liberdade de viajar através das fronteiras na Europa é um dos benefícios mais percetíveis para as pessoas na União Europeia. Milhões de pessoas na União confiam nisto - incluindo trabalhadores e estudantes", salientou.