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Primeira edição de “Cem Anos de Solidão” celebrada em Lisboa

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O cinquentenário da primeira edição do romance “Cem Anos de Solidão”, de Gabriel García Márquez, é celebrado na terça-feira, em Lisboa, com leituras de trechos da obra do autor colombiano e um debate.

Em comunicado, a Casa da América Latina (CAL) afirma que, neste debate, “será evidenciada a importância da obra, não só no contexto do realismo mágico como o seu lugar na literatura mundial”.

A sessão, agendada para as 18:30 na Casa das Galeotas, atual sede da CAL, em Lisboa, participam a embaixadora da Colômbia em Lisboa, Carmenza Jaramillo, a presidente da Fundação José Saramago, Pilar del Rio, e o editor Manuel Alberto Valente, que foi o responsável, à data, da publicação da tradução portuguesa.

A crítica literária Luísa Mellid-Franco modera o debate que conta ainda com leituras de trechos da obra por Debora Merali e Isabel Araújo Branco.

A CAL realça que “Cem Anos de Solidão” é “a obra mais famosa do Nobel de Literatura colombiano Gabriel García Márquez (1927-2014), sendo considerada também uma das mais importantes da literatura latino-americana”.

O livro foi publicado pela primeira vez em Buenos Aires, em 1967, pela editora Editorial Sudamericana, com uma tiragem inicial de 10.000 exemplares. “Desde então já foram vendidos cerca de 50 milhões de exemplares em 35 idiomas distintos, tornando-o num dos textos mais lidos e traduzidos em todo o mundo”.

Cecília Andrade, editora das Publicações D. Quixote, que chancela o romance de Gabriel García Márquez em Portugal, realçou à agência Lusa que o escritor “fez escola e muitos escritores seguem-lhe o estilo, desde esse fabuloso romance que é ‘Cem anos de solidão’”.

“Uma escola, a do realismo mágico, que não se restringe à América Latina ou ao universo da Língua Espanhola, e que tem seguidores em todo o mundo, incluindo Portugal”, disse Andrade, sem citar nomes.

As Publicações D. Quixote começaram a publicar os títulos de García Márquez na década de 1980, e tem atualmente “toda a sua obra disponível”.

Gabriel García Márquez, conhecido pelos amigos por ‘Gabo’, foi distinguido, entre outros prémios, com o Nobel da Literatura, em 1982.

No dia 17 de abril de 2014, quando anunciou a morte do escritor, o Presidente da República da Colômbia, Juan Manuel Santos, afirmou: “Cem anos de solidão e tristeza pela morte de um dos maiores da Colômbia de todos os tempos”.

O cinquentenário da publicação do romance volta a ser evocado no dia 06, às 18:30, na Casa dos Bicos, sede da Fundação José Saramago, pelo escritor e atual presidente da Associação Música Educação e Cultura/Metropolitana, António Mega Ferreira, que dá “uma aula” sobre “Cem Anos de Solidão”.

“Yo no vengo a decir un discurso” (”Eu não venho dizer um discurso”) foi o último título que García Márquez publicou em vida, em 2010.

“Memória das minhas putas tristes”, editado em 2004, é o último livro de ficção de um autor de causas, que nunca escondeu simpatias políticas, nomeadamente pelo regime cubano de Fidel Castro. Este romance sucedeu a “Do Amor e outros demónios”, publicado dez anos antes.

“Amor em tempos de cólera”, “Crónica de uma morte anunciada”, “O general no seu labirinto” e “Ninguém escreve ao coronel” são outros títulos emblemáticos do escritor.

Na opinião do presidente da Associação Portuguesa de Escritores (APE), José Manuel Mendes, García Márquez é “um dos escritores mais fulgurantes do século XX” e “uma referência moral, cultural e política”.