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Plateia quer revisão de dados que suportam decisões de concursos de apoio

FOTO Shutterstock
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A Plateia -- Associação de Profissionais das Artes Cénicas pediu hoje uma revisão dos dados que suportam as decisões do Concurso ao Programa de Apoio Sustentado 2018-2021 da Direcção-Geral das Artes (DGArtes), propondo a reavaliação dos seus critérios.

“Queremos uma revisão (por entidade independente) dos dados estatísticos (população, agentes do setor, etc.) que suportam as decisões políticas associadas à redistribuição das dotações por região/área disciplinar”, lê-se num comunicado hoje divulgado pela Plateia.

De acordo com os resultados provisórios do Concurso ao Programa de Apoio Sustentado 2018-2021 da DGArtes, comunicados aos candidatos, e a que a agência Lusa teve acesso, 50 candidaturas das 89 avaliadas na área do teatro deverão receber apoio estatal, deixando de fora várias estruturas que tiveram apoio no passado, como o Teatro Experimental de Cascais, o Centro Dramático de Évora (CENDREV), o Teatro Experimental do Porto, ou a Seiva Trupe, também do Porto.

A Plateia propõe, “a partir da auscultação dos agentes do sector, a reavaliação não só dos critérios para a segmentação dos concursos mas também do carácter nacional/regional dos centros de decisão”.

Depois de publicados os resultados finais do concurso, a Plateia sugere “a auscultação de todos os candidatos, através do Balcão Artes, para diagnosticar problemas na execução do modelo de apoio às artes, em especial eliminando desnecessária burocracia; e em seguida, a análise das mesmas em conjunto com as organizações representativas para correcções a entrar em vigor antes da abertura (em 2019) do concurso para apoios bienais 2020/2021”.

Aquela associação alerta que, com os resultados provisórios do Concurso ao Programa de Apoio Sustentado 2018-2021 ficam “regiões inteiras do país praticamente esvaziadas de financiamento às artes, entidades consagradas ou pioneiras abandonadas à sua sorte, festivais fundamentais ou históricos despojados, menos entidades a ser financiadas do que nos tempos ditos de devastação”.

“Ou seja, continua a ser votada ao desprezo a missão constitucional do Estado Português, no que à Cultura diz respeito, faz-se tábua rasa do próprio programa do Governo e os artistas, apesar de tantas públicas declarações de amor, continuam a ser vistos como uns impertinentes, sempre a reivindicar os seus direitos constitucionais, para grande maçada de certos Directores Regionais de Cultura, como recentemente veio à luz, enfado esse que os atuais resultados dos concursos vieram confirmar de forma quantificada e contundente”, lamenta a Plateia.

A associação defende que “acima de tudo é preciso um pensamento governativo estruturado, liderado por um Ministro com real peso político e capaz de reclamar para a Cultura o valor que esta deve ter no desenvolvimento de Portugal e que está lavrado no próprio programa do Governo”.

O CENA-STE, Sindicato dos Trabalhadores de Espectáculos, do Audiovisual e dos Músicos, a Rede - Associação de Estruturas para a Dança Contemporânea, a Plateia - Profissionais Artes Cénicas, e o Manifesto em Defesa da Cultura, num comunicado conjunto divulgado no sábado anunciaram que vão decorrer acções de protesto na próxima sexta-feira em Lisboa e no Porto, “na sequência dos resultados dos concursos de apoio às artes da DGArtes”.

Entretanto, o CENA-STE marcou uma conferência de imprensa para terça-feira pelas 20:30, que acontecerá depois de reuniões parciais entre estruturas do sector em Lisboa, no Porto e em Coimbra.