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Parlamento assinala 200 anos de Constitucionalismo com ‘Requiem à Memória de Camões’

O Requiem, de João Domingos Bomtempo, é apresentado na próxima quarta-feira, na Assembleia da República. FOTO iStock
O Requiem, de João Domingos Bomtempo, é apresentado na próxima quarta-feira, na Assembleia da República. FOTO iStock

O ‘Requiem à memória de Camões’, de João Domingos Bomtempo, sob a direcção do maestro João Paulo Janeiro, é apresentado na próxima quarta-feira, na Assembleia da República, no âmbito das celebrações dos 200 anos do Constitucionalismo.

Com a soprano Joana Seara, o contratenor Carlos Mena, o tenor Mário João Alves e o baixo Manuel Torrado, como solistas, o ‘Requiem em dó menor ‘à Memória de Camões’, de João Domingos Bomtempo, é interpretado em instrumentos de época, ou réplicas fiéis, e apresentado na sala do senado da Assembleia da República, em Lisboa, na próxima quarta-feira, às 19:00.

O Requiem é interpretado pela Orquestra Flores de Mvsica e o Coro Autêntico da Escola Superior de Artes Aplicadas (Esart), do Instituto Politécnico de Castelo Branco, dirigidos por João Paulo Janeiro.

A primeira interpretação moderna desta peça em instrumentos de época, pelo Coro Autêntico da Esart e pela Flores de Mvsica, aconteceu no passado dia 07 de julho, na Sé de Castelo Branco, tendo sido também apresentado, nesse mesmo mês, no Mosteiro de Alcobaça, no âmbito do Festival CisterMúsica.

A primeira gravação desta versão do Requiem, em instrumentos de época, foi efectuada no Mosteiro de Alcobaça, em 9 a 12 de Julho. Anteriores gravações da obra, efectuadas nas décadas de 1980 e de 1990, envolveram o Coro e a Orquestra da Rádio Berlim, sob a direcção de Heinz Roegner, e o Coro e a Orquestra Gulbenkian, com o maestro Michel Corboz.

A apresentação do “Requiem à Memória de Camões” é um projecto de João Paulo Janeiro e de Bernardo Mariano, um dos coralistas.

Em declarações à agência Lusa, Bernardo Mariano disse existir “uma confluência de factores e de efemérides”, que levou a efectuar este projecto: “Completam-se 175 anos sobre a morte de Bomtempo, os 200 anos do início da escrita do Requiem, o lançamento do movimento de celebração dos 200 anos da edição monumental de ‘Os Lusíadas’ pelo Morgado de Mateus, José Maria de Sousa”.

“Levando isto em linha de conta, e o historial de uma obra que nunca fora antes interpretada com instrumentos originais - e este é o interesse principal do projecto -, decidimos avançar com esta iniciativa inédita, galgando a onda das efemérides”, disse.

O Requiem foi composto em 1819, em Paris, e enquadra-se num movimento social apostado em desenvolver em Portugal uma renovação política e cultural, após as invasões francesas (1808-1814), tendo Bomtempo se empenhado no desenvolvimento da prática da música instrumental.