Bancos cortam mais nos empréstimos das empresas do que das famílias
No 2.º trimestre de 2024, o rácio de crédito vencido das sociedades não financeiras diminuiu e o das famílias manteve-se em termos homólogos
Segundo os dados disponibilizados pelo Banco de Portugal, divulgados esta manhã pela DREM, no final do 2.º trimestre de 2024, "o saldo do volume de empréstimos concedidos a sociedades não financeiras (SNF) era de 1,8 mil milhões de euros, menos 131,7 milhões de euros (-6,7%) que no final de Junho de 2023 e mais 20,6 milhões (+1,1%) que em Março de 2024". Um corte menos acentuado aconteceu no sector das famílias e das Instituições sem Fins Lucrativos ao Serviço das Famílias (ISFLSF).
Assim, nesta vertente, "assistiu-se a uma redução de 111,8 milhões de euros em termos homólogos (-3,6%) no saldo dos empréstimos concedidos, cifrando-se este nos 3,0 mil milhões de euros, no final do 2.º trimestre de 2024. Quando comparado o saldo com o do trimestre precedente, observa-se um aumento de cerca de 23,7 milhões de euros (+0,8%). Se se detalhar a análise, verifica-se que 74,9% daquele saldo era referente ao segmento da habitação e os 25,1% restantes, ao consumo e outros fins", realça a Direção Regional de Estatística da Madeira.
No que toca às empresas, "o rácio de crédito vencido deste tipo de sociedades diminuiu 1,3 pontos percentuais (p.p.) face a Junho de 2023, fixando-se nos 0,9%, no final do período de referência, sendo que, comparativamente ao final do trimestre anterior, a redução foi de 0,2 p.p.". De acordo com a DREM, "a nível nacional, este indicador manteve-se inalterado face ao final de Março de 2024, tendo, no entanto, diminuído 0,1 p.p. em termos homólogos, não ultrapassando os 2,0%, no final de Junho de 2024. O montante de crédito malparado no âmbito das sociedades não financeiras, com sede na Região, situava-se, no período em referência, nos 17,3 milhões de euros (-2,3 milhões de euros que em Março passado e -27,1 milhões de euros face a Junho do ano anterior)".
Refere anda que "no final de Junho de 2024, o número de devedores do sector não financeiro situava-se nos 5,0 mil, valor semelhante ao registado no mesmo período do ano anterior". Ou seja, há mesmo um corte nos empréstimos ao sector empresarial (ou estes recorrem menos ao crédito), uma vez que o número de empresas devedoras é igual. "A percentagem de devedores do sector das SNF com empréstimos vencidos, no final de Junho de 2024, era de 13,4%, situando-se abaixo da média nacional (13,8% no mesmo período). Face aos trimestres anterior e homólogo, foram registados decréscimos neste indicador de 0,2 p.p. e de 1,7 p.p., respectivamente", confirma.
No malparado do sector das famílias e das Instituições sem Fins Lucrativos ao Serviço das Famílias (ISFLSF), nomeadamente no segmento da habitação, "os mesmos não ultrapassavam os 5,8 milhões de euros, representando um rácio de empréstimos vencidos de 0,3%, o mesmo valor verificado a nível nacional. No consumo e outros fins, este rácio era de 2,5% (2,6% no País)", sendo que aqui o número de devedores "cresceu face ao trimestre homólogo para os 101,1 mil (+0,3%), dos quais 42,5 mil eram devedores com crédito à habitação (-2,1%) e 85,2 mil com crédito para consumo e outros fins (+0,9%)", sinaliza.
Por fim, garante que "a percentagem de devedores (famílias e ISFLF) com empréstimos vencidos na RAM era, no final do 1.º semestre de 2024, de 5,4% na RAM e de 7,0% em Portugal. Face a um ano antes, estas percentagens diminuíram em 0,6 p.p. na Região e subiram 0,2 p.p. no País".