Precisamos de outros caminhos...

O nosso arquipélago continua a ser conhecido como um paraíso natural, famoso pelas suas paisagens deslumbrantes e um clima ameno, no entanto, os madeirenses não se “alimentam” somente deste paraíso natural. Precisamos de uma brisa de mudança. Há 48 anos que somos confrontados com políticas que promovem uma intervenção estatal excessiva, sufocando a iniciativa privada e a liberdade individual. É tempo de pensar noutras soluções para trilharmos o caminho do sucesso, da prosperidade e da resiliência.

É essencial entender que a verdadeira prosperidade emerge do espírito empreendedor e não da mão controladora do “Pai Estado”. Precisamos que a região tenha um processo de burocracia reduzido ao mínimo indispensável e onde os impostos são justos e transparentes (escrutínio contínuo onde o “nosso dinheiro” está a ser gasto), pois são dois pontos para incentivar a inovação. Imaginem um arquipélago onde as empresas podem florescer sem o constante receio de regulações arbitrárias, impostos exorbitantes e que não estejam constantemente à espera da ajuda dos subsídios do estado.

A simplificação fiscal e a desburocratização são passos cruciais para atrair investimento e estimular a economia regional.

Também acredito que as parcerias público-privadas em sectores dominados pelo Estado (onde o estado não é eficiente e deveria ter concorrência) pode trazer uma lufada de eficiência e qualidade. Quando os serviços são geridos por entidades privadas, com foco no “consumidor final” e na eficiência, todos ganham.

Mas a mudança não se faz apenas pela parte económica. A educação é o pilar que sustenta uma sociedade livre e próspera. Promover a liberdade de escolha na educação, permitindo que as famílias escolham onde e como educar os seus filhos, que as escolas tenham autonomia de projectos e programas, é fundamental. Sistemas educativos, onde o financiamento segue o aluno e não a instituição, podem proporcionar igualdade de oportunidades e elevar o padrão educativo. Uma população que teve um bom processo de educação e com pensamento crítico é a melhor garantia para saberem o que fazer para melhorarem a sua vida.

O mesmo princípio de liberdade de escolha deve ser aplicado ao mercado de trabalho. A flexibilidade laboral, onde empregadores e colaboradores (empregados) têm a liberdade de negociar condições que beneficiem ambas as partes, é essencial. Leis laborais rígidas e ultrapassadas só servem para criar desemprego e informalidade. Um mercado de trabalho dinâmico e flexível é a base de uma economia robusta e resiliente.

A sociedade civil (o povo comum, permitam-me dizer assim) precisa ser fortalecida. O Estado não deve ser o provedor absoluto; em vez disso, deve permitir e incentivar que associações, ONGs e iniciativas comunitárias sejam o motor principal nas dinâmicas sociais. Quando as pessoas são incentivadas a organizarem e a participar activamente na construção do seu futuro, a sociedade como um todo tornasse mais forte e coesa.

O nosso arquipélago tem o potencial para fazer tudo o que disse anteriormente. Mas, para isso, precisa libertar-se das amarras do “status quo” vigente e abraçar políticas que valorizem a iniciativa individual, a eficiência e a responsabilidade pessoal. O caminho pode ser árduo, mas a recompensa será um arquipélago onde a liberdade e a prosperidade são tão naturais quanto as suas paisagens. É hora de deixar que a brisa da liberdade sopre na Madeira, trazendo consigo um futuro mais brilhante e promissor.

José Augusto de Sousa Martins