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EUROPEIAS - “É que é já a seguir!”

Agora o madeirense, de maneira geral e tal como eu, acredita seriamente na Autonomia, mas, plena; sem subserviências menores e tontas e muito menos com amarras ...!

Há quem diga que EURODEPUTADO, é o melhor emprego do mundo!

Não sei se é; mas, pelo que apresentarei a seguir, podemos ver que em termos de trabalho/remuneração não é nada mau …

Segundo dados, recolhidos num artigo no Observador de Maria Vieira da Silva, a eleição como eurodeputado vale 3 milhões de euros, garantidos ao longo de cinco anos com mérito ou sem.

O eleito ganha um salário base de 10.000 euros brutos ou 7.850 euros líquidos em Bruxelas; mais, 4.950 euros para despesas gerais, mais um subsídio diário de 350 euros por cada dia de presença física no Parlamento em Bruxelas ou Estrasburgo. Tudo somado vamos em 18.050 euros, mas, há que acrescentar outras rúbricas secundárias (?) ..., os chamados “400 fundos” que são entregues aos grupos parlamentares e por eles disponibilizados aos membros, individualmente, para diversas actividades que perfaz mais 2.630 euros por mês e ainda 400 euros mensalmente de reembolso para viagens oficiais. Isto leva-nos a um total de 21.000 euros.

Os eurodeputados têm ainda direito a 28.700 euros para contratar assistentes. No máximo três em Bruxelas e quantos quiserem no seu círculo eleitoral.

Isso é tudo? Não: cada eleito pode convidar até 110 visitantes por ano, que custam 540 euros cada … E ainda não é tudo, há mais, mas, desculpem-me já estou cansado …!

Em relação a isto digo o seguinte:

1. Não sou invejoso, mas, trabalhei mais de cinquenta anos e ao longo desse tempo vi tanta coisa; como empresário, promovi o pagamento de muitos salários, infelizmente, a maioria das vezes inferiores ao que seria a minha vontade e ao merecimento dos trabalhadores, porém, quase sempre, no limite do que a sustentabilidade da actividade e da carga fiscal (essa sim, sempre ao nível de Bruxelas) permitiam. Diria, que olhando para estes níveis de remunerações sinto-me constrangido e desconfortável ...!

2. Constato que a grande maioria dos que abraçam a “carreira” política, conseguem remunerações superiores, nalguns casos, muito superiores ao que auferiam nas suas ocupações anteriores e algumas vezes, o que levam na “bagagem” é a frequência duma qualquer “jota” e a disponibilidade e jeito para pregar cartazes e distribuir canetas e bonés ...Nas europeias, vejo alguns, que parece tratar-se de um bónus, ou prémio de “final de carreira”... Marta Temido, Cotrim de Figueiredo e Catarina Martins são bons exemplos! Enfim!

O nosso principal papel “nisto” é: - PAGAR, DE 4 EM 4 ANOS IR VOTAR e depois de preferência NÃO CHATEAR ...!

Entretanto, …”Já chegámos à Madeira” …, usando literalmente a frase, que alguns continentais gostam de nos dedicar, para de forma depreciativa tentarem “picar”…

Ora, para estas eleições ditas, europeias, na Região, as forças partidárias que têm nas suas listas elementos madeirenses, seja ou não, para serem eleitos são:

Na IL o terceiro da lista nacional é o madeirense António Costa Amaral.

O CHEGA com Américo Dias na sexta posição e Mariana Nóbrega em oitavo na lista nacional do partido.

O PS com Sérgio Gonçalves em oitavo na lista do seu partido.

O PSD com Rubina Leal em nono na respectiva lista.

Pelas últimas sondagens, no final de Abril para a Aximage, das forças políticas em presença e pelos lugares que ocupam nas respectivas listas, nenhum madeirense será eleito.

Isto para mim é, e será extremamente negativo para a Região, que no actual mandato tem dois parlamentares, um do PSD outro do PS.

A falta de afirmação e relevância das estruturas partidárias regionais, nas respectivas forças nacionais, é deveras preocupante e sintomático, além de demonstrar a pouca importância que nos dão; se, sempre tivemos e agora deixamos de ter, não há dúvidas que estamos a regredir.

O pior, vejo muito pouca gente dos nossos políticos, preocupada com isto, que é um assunto muito sério, que terá impacto no nosso futuro próximo e que, mesmo que muitos não vejam, do meu ponto de vista é extremamente lesivo para a nossa Autonomia.

Aqui, antes de abordar com mais detalhe esta temática e para se perceber melhor o meu pensamento, informo que: - sou intrínseca e convictamente AUTONOMISTA!

Mais, num determinado momento da minha vida, acreditei firmemente e até por comparação com outras terras e territórios, bem mais pobres e atrasados, que a nossa Madeira tinha todas as condições para ser independente!

Hoje, já não acredito! Infelizmente, e com muita pena minha.

Principalmente, porque a sua população não quer; e sendo assim, nada feito! Tão simples quanto isso!

Agora o madeirense, de maneira geral e tal como eu, acredita seriamente na Autonomia, mas, plena; sem subserviências menores e tontas e muito menos com amarras ...!

Mas,

A colocação da Madeira nas listas dos partidos para estas europeias, são uma decepção; ainda assim, convém não esquecer que são ...”sete cães a um osso”...! E muito apetitoso ...!

Então, o nono lugar nas listas dos deputados do PSD, que foi o que coube à Madeira, chocou-me !

É pobrezinho, ingrato e muito feio! Diria mesmo, uma falta de respeito!

Eu explico:

• Porque na Madeira e com a confiança de muitos madeirenses, foi o sítio onde o PSD teve mais vitórias, permitindo-lhes a nível nacional continuarem a ter alguma notoriedade, enquanto o partido tem vindo a definhar. É ver o resultado das últimas eleições e do que foi necessário fazer, para num quadro favorável, conseguirem uma vitória (?) de “Pirro” ...!

A reacção local, pelo que li ... Miguel Albuquerque ficou irritado com Montenegro ...! Está bem ...!

E eu a falar com “os meus botões”:

• Achava que a Dra. Rubina Leal pela sua carreira política, merecia outra consideração dos seus pares e companheiros de partido ...

• Porque para mim lutar pela Autonomia, é com factos, e não com estados de espírito, conversas ou dialéticas, muito menos a “encanar a perna à rã” ...

• Ao contrário do que se apregoa, temos aqui uma prova cabal, de que paulatinamente temos vindo a perder Autonomia ...

• No “sítio” donde venho ... O Respeito não se ganha, conquista-se e com ele a dignidade!

Já que estamos a comemorar os 50 ANOS DO 25 DE ABRIL, apetecia-me lembrar e evocar aqui, uma frase que ficou célebre do Almirante Pinheiro de Azevedo que foi primeiro-ministro de Portugal do VI Governo Provisório: - ...VÃO MAS É ...!

Não o faço, por respeito à Instituição DN e a quem me lê. Prezo-me, de ter sido educado!

Agora, o que é um facto é que estou muito, muito irritado e por coerência com o que acabei de escrever:

- Quando chegar o momento das eleições europeias, a minha resposta será dada!

Estava indeciso entre nulo ou branco; mas, já decidi será nulo!

Qual a diferença ?

É que não vou resistir a escrever um comentário apropriado e alusivo ao acto; e, não será anónimo, dar-me-ei o prazer de assiná-lo, como manifestação da minha posição e revolta.

Eis, a verdadeira beleza da Democracia e muito especialmente da Liberdade!