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Uns e outros, lá e cá…

De acordo com um Eurobarómetro do Parlamento Europeu, do princípio deste ano, o aumento do custo de vida é a maior preocupação para 98% dos portugueses. Os aumentos dos preços de produtos alimentares e da energia são apontados como os assuntos mais preocupantes, numa percentagem que é em cinco pontos percentuais superior à média dos residentes nos outros Estados-membros da União Europeia. As pessoas estão, compreensivelmente, preocupadas com o aumento do custo de vida, pois, cada vez mais famílias têm dificuldades em pagar as suas contas.

O aumento do custo de vida está a ser sentido de forma dramática pelo povo desta Região, sendo o dia-a-dia cada vez mais medido entre o pouco que se recebe e o muito que se precisa gastar. Numa Região de baixos salários, reformas e pensões e face ao contraste entre o que foram aumentos de salários e a expressão do aumento do custo de vida, o resultado final é o alastramento das desigualdades sociais e o agravamento da pobreza.

Sete em cada dez portugueses estão insatisfeitos com as medidas políticas adotadas pelos governantes para fazer face ao aumento do custo de vida e do preço da energia, de acordo com um Eurobarómetro do Parlamento Europeu agora apresentado, a 6 de junho de 2023.

Portanto, as grandes preocupações sentidas pelas pessoas desta Região não se reportam ao quadro político, às especulações políticas, às agendas mediáticas, ou ao facto de se realizarem, dentro de poucos meses, Eleições Regionais. A grande maioria das pessoas está de costas voltadas para as instituições políticas e muito menos está importada com os “jogos florais” da política.

No entanto, importará perceber como é que na hora do voto, nas eleições que se avizinham, se expressará o descontentamento ante as políticas que os governantes adotaram para enfrentar o aumento do custo de vida, como se manifestará o protesto contra os responsáveis pelo galopante aumento do custo de vida, contra o aumento dos preços de bens essenciais. E os responsáveis estão na Madeira e em Lisboa: cá, na Madeira, são os governantes do PSD/CDS, assim como lá, em Lisboa, os responsáveis são do PS, os governantes na República, cujas políticas regionais e nacionais favorecem os grandes grupos económicos, que estão a fazer fortuna com a carestia de vida tão violenta para quem recebe baixos salários e baixas pensões e reformas de miséria.

Dito de outro modo, está por definir como é que o voto será decidido atendendo aos responsáveis pelas políticas que estão a provocar tantas desigualdades sociais, que estão a gerar tanto sofrimento e agravadas injustiças sociais.