Boa Noite

Ainda vamos a tempo

Relógio simbólico aproxima-se da hora fatídica e serve de alerta. A cruzada pela sobrevivência exige mais de cada um de nós

Boa noite!

Depois de um mês de Janeiro excessivamente bíblico em termos políticos, mas também repleto de desleixos inacreditáveis, fica para memória futura o "relógio do apocalipse", que simboliza a iminência de uma catástrofe mundial, com os ponteiros a serem fixados na passada semana a 90 segundos da meia-noite.

A imprensa deu conta que o grupo de especialistas que gere este projecto simbólico refere que o novo horário deriva, em grande parte, da invasão da Ucrânia pela Rússia e ao risco de uma escalada nuclear, mas também é influenciado pelas ameaças relacionadas com a crise climática e pelo colapso das normas e instituições globais necessárias para mitigar os riscos associados ao avanço das tecnologias e ameaças biológicas, como a covid-19.

Ou seja, a soma das partes, muitas delas passíveis ainda de gestão, desde que haja bom senso e altruísmo puro, aproxima-nos da hora fatídica. Logo, mais do que chorar antecipadamente os efeitos das loucuras humanas, importa lutar para que aquilo que é aparentemente irreversível não se concretize. E nalguns casos, a cruzada pela sobrevivência exige mais de cada um dos cidadãos.

As provas como o mundo está de tal forma perigoso são diversas e vão das mais lúdicas às mais inacreditáveis. Já se sabia que uma empresa de investigação estava à procura de participantes num estudo que visa testar o velho mito que o queijo causa pesadelo, pagando mil dólares a quem comer antes de dormir durante três meses. Já se sabia que nada é definitivo, que os empregos não são para a vida e que até a Hasbro, empresa norte-americana detentora dos jogos como o Monopólio e o Trivial Pursuit, vai despedir mil trabalhadores em todo o mundo, o que representa um corte de 15% na força laboral e que as grandes tecnológicas Amazon, Meta e Twitter não fazem por menos. O que é deveras do outro mundo foi relatado no Jerusalem Post e replicado por todo o lado e espelha bem a ausência de valores por parte daqueles que já passaram das marcas fatídicas.