Haja dinheiro

... dos contribuintes para pagar eventos, que significativamente só dizem respeito à igreja católica. É indigno arcar com mais de 5 milhões de euros, num palco-altar para a Jornada Mundial da Juventude(JMJ), sendo uma obra faraónica, que choca de frente com a dita frugalidade do Papa Francisco. Qual foi o caderno de encargos, que o nosso país se comprometeu com o Vaticano e a JMJ? Que eventos se irão realizar depois naquela estrutura? Nenhuns, dizem entendidos. A nossa Constituição proclama a laicidade, na prática não há, havendo sim uma continuada submissão à hierarquia da igreja. O Estado compromete-se a pagar mais de 35 milhões de euros(!), fora o audiovisual e por aí fora. Estas extraordinárias somas são uma afronta a quem vive no limiar da pobreza (números reais, 4 milhões!), ao SNS, aos docentes e não docentes, ao défice nas prestações sociais etc. etc. Estas obras apressadas são para esconder e justificar custos derrapados?! O evento custará mais de 160 milhões de euros e não contando com a justa requalificação daquela área, é a igreja católica (que é tão rica que não sabe o que tem), que o deve custear. Ponto! É imoral, quem é de outras religiões, agnósticos, sem-fé, sem-religião e ateus, que contribuam com o que quer que seja. O presidente da República mistura a sua convicção pessoal, como beato católico, e a sua figura institucional. Não foi, mais uma vez, o presidente de todos os portugueses, tendo ficado mal na selfie... Os católicos de bom-senso criticarão duramente a sua igreja, porque não foi fiel aos valores que apregoa.

A hierarquia católica sempre viveu acima das nossas possibilidades!

Vítor Colaço Santos