Crónicas

Professores

A nobre profissão está em luta. Justa, diga-se a propósito. São questões pertinentes que norteiam as reivindicações da classe. Persistentemente ignoradas pelo Estado. Pelo contrário, em tempo consideradas pela Região.

Começam pela defesa da escola pública, continuando pela recuperação do tempo perdido (6 anos, 6 meses e 23 dias) como mostravam os que se manifestavam, passando à avaliação de desempenho, pela baixa remuneração e concomitante diminuição do poder de compra e ainda a falta de apoios para a deslocação e habitação que tornam a vida dos deslocados uma missão de sacrifício que vai muito para além do facto de irem para longe.

Não hesito em relação à bondade destas reclamações. Que não são mais do que a reposição de direitos que um dia já foram adquiridos e posteriormente sonegados. E, até agora, não foram repostos. Do que resulta um problema de consciência colectivo que atravessa legislaturas e expressa constância perante todos quantos optaram por exercer a distinta função de ensinar.

A questão não é só orçamental. Porque acumula com outras áreas onde a situação é, de algum modo, semelhante. O que dificulta o entendimento em termos de despesa pública. Mas quanto mais se empurra com a barriga adiando a resolução do problema mais se torna complicado alcançar uma solução. Porque os anos passando juntam tempo tornando maior a dívida aos professores (e aos outros) e as consequentes eventuais obrigações do Estado.

Que haja predisposição para consensualizar um acordo. Por respeito para com os profissionais de um dos ramos de actividade mais relevantes. E para defender a classe média impedindo a proletarização crescente de um dos seus sectores fundamentais.