Um ano cheio de incógnitas
Este ano o meu lema sobre a amizade é um muito antigo: “Eu só vou gostar de quem gosta de mim”
Iniciamos mais um ano novo. Trazemos de 2022 muitas incógnitas que vão atravessar este ano, para o bem e para o mal. Eu ainda acredito que trazemos do ano velho coisas boas. Falo por mim, que tive de tudo um pouco em 2022. A saúde que me pregou uns sustos valentes e o afastamento de algumas pessoas que eu achava que gostavam de mim foram os piores momentos. Mas tive outros de grande alegria, como o lançamento do meu livro “A Vida é um Presente”, o apoio incondicional da minha filha e genro e de alguns familiares, o conhecer novas amizades e consolidar outras, que vão ficar para a vida. Posso mesmo dizer que sou uma pessoa afortunada porque estou aberta a receber tudo o que me faça feliz e aprendi a não pensar muito no que me faz mal. A vida é curta e não vale a pena perder tempo com quem não gosta de nós. Este ano o meu lema sobre a amizade é um muito antigo: “Eu só vou gostar de quem gosta de mim”.
Sobre as incógnitas, as que me preocupam mais são os problemas da precariedade laboral, em conjunto com os baixos salários e com a inflação que sobe em flecha. Se os governos não forem capazes de encontrarem as políticas adequadas de legislar direitos que corrijam estes problemas, e darem apenas “esmolas” esporádicas para apagar alguns incêndios, vamos assistir a um cada vez maior empobrecimento da classe média e a uma pobreza generalizada, mesmo no seio daquelas pessoas que têm emprego e das pessoas reformadas, que vêem o seu poder de compra cair, há vários anos. Há que inverter urgentemente esta situação se não queremos ficar no último lugar do podium, como um dos países mais pobres da Europa. Para mim, este é o nosso maior desafio deste ano.
Outra incógnita é o que vai acontecer com a nossa saúde coletiva. Saímos, aparentemente, de uma pandemia mas agora sabemos que ela voltou a surgir em força no país onde tudo começou, a China. As informações ainda são escassas, mas ninguém é capaz de dizer que não voltemos a ter essa desgraça entre nós. Na Madeira, os números também crescem e o nível de propagação é o maior de Portugal. Somos uma terra de turismo propícia a que isso aconteça. Estamos no inverno, e o frio e os resfriados aumentam. Andamos mais em festas fechadas e esquecemos, muitas vezes, que o perigo continua à espreita. As autoridades regionais deviam ter um papel mais pedagógico de alerta, o que não tem acontecido, pelo menos até a data em que escrevo este artigo.
Outra questão pertinente e importante é o combate ao flagelo da droga e da toxicodependência, que tem crescido a olhos vistos na nossa Região. São as chamadas drogas baratas, sendo a mais conhecida o bloom, e que andam a se espalhar por todo lado, afetando jovens e as suas famílias, assim como a segurança em geral da população. Os relatórios publicados falam também da persistência do uso das drogas mais caras e pesadas, como por exemplo a cocaína. As medidas, antes de mais, têm que se focar em punir quem trafica e impor castigos mais duros a quem consome. Assim como está, torna-se um terror social, que tem que ser urgentemente combatido por quem de direito.
Por último, mas nem por isso deixa de ser muito importante, é a urgente redução dos impostos, sobretudo aqueles que afetam mais as famílias. Temos vários países da Europa a tomar medidas de acabar com os impostos sobre os produtos básicos de primeira necessidade, como forma de colmatar a falta de rendimentos para fazer face a uma crise que se prevê que se vá prolongar no tempo. Até porque a guerra da Ucrânia não parece ter fim à vista e todos nós, sem termos qualquer culpa, já estamos a pagar por ela.
Queria desejar um bom ano a toda a gente, mas com esta análise o melhor é mesmo dizer que, com ou sem dificuldades, não deixem de ser felizes à vossa maneira. Feliz 2023.