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Cabo Verde revê metas e prevê certificado de eliminação vertical do VIH-Sida em 2024

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Cabo Verde reviu as suas metas e prevê obter o certificado de eliminação da transmissão vertical (de mãe para filho) do VIH-Sida em 2024, esperando, para isso, contar com todos os atores, conforme o plano hoje apresentado.

O V Plano Nacional Estratégico de Luta contra a Sida (PNLS) 2022 -- 2026 foi apresentado, na cidade da Praia, pelo Comité de Coordenação do Combate à Sida (CCS-Sida), que espera obter a certificação da eliminação da transmissão vertical da doença em 2024 e preparar o país para alcançar o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que é acabar com a sida até 2030.

"Está ao alcance de Cabo Verde, é uma responsabilidade partilhada por todos os atores, incluindo as pessoas que vivem com o VIH, sociedade civil, enfim, todos os atores devem fazer o máximo de esforço para que tenhamos zero novas infeções, zero discriminação e alcançarmos um Cabo Verde livre de sida", referiu a secretária executiva do Comité de Coordenação do Combate à Sida, Celina Ferreira, para quem essa meta é um "desígnio nacional".

Em 01 de dezembro de 2021, no âmbito do dia mundial de luta contra a sida, o secretário de Estado-adjunto do ministro da Saúde de Cabo Verde, Evandro Monteiro, disse que o país esperava obter o certificado ainda este ano, mas isso ainda não aconteceu.

Neste momento, Cabo Verde tem uma taxa de infeção de 0,6%, com maior prevalência nas mulheres, que é de 0,7%, enquanto a taxa de transmissão vertical (de mãe para filho) é de 0,1%.

Cabo Verde tem uma epidemia concentrada em populações vulneráveis, como as que vivem nas grandes cinturas urbanas, utilizadores de drogas, homossexuais, profissionais do sexo e os seus clientes e pessoas com deficiência.

"É uma epidemia de baixa prevalência, concentrada em determinados grupos vulneráveis, que o país conhece e todos os esforços estão focalizados nesses grupos, conjuntamente, para podermos chegar aos objetivos pretendidos", descreveu.

Para alcançar o objetivo de eliminação da transmissão vertical, a secretária executiva do CCS-Sida disse que é preciso trabalhar numa base de multissensorialidade, de complementaridade e de partilha de responsabilidade.

Segundo a secretária executiva, a manifestação de interesse em obter a certificação já foi feita à Organização Mundial da Saúde (OMS), mas é um processo longo, que requer uma avaliação externa independente, sendo que brevemente o país vai ter uma pré-avaliação.

"E a partir daí há um relatório, com recomendações e um prazo. A meta é em 2024 obter a certificação", referiu Celina Ferreira.

O V Plano Nacional Estratégico de Luta contra a Sida (PNLS) 2022 -- 2026 foi validado em janeiro deste ano e já está a ser aplicado, segundo a mesma fonte, no âmbito de uma divulgação junto dos parceiros de Cabo Verde.

Avaliado em 16 milhões de euros, o PNLS foi financiado pelo Governo de Cabo Verde, em 40% do total, mas também pelo Fundo Global, pelo Sistema das Nações Unidas e pela OMS.

"E também há lacunas, temos de fazer mobilização de mais fundos, para podermos cumprir na íntegra todas as ações e as orientações estratégicas previstas neste plano", afirmou.

Além da transmissão vertical do VIH, as autoridades cabo-verdianas querem igualmente prevenir todas as infeções sexualmente transmissíveis, para ter uma juventude saudável, traçou a responsável.