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EUA aplicam novas sanções ao Irão por entrega de drones à Rússia

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Os Estados Unidos vão aplicar sanções contra a Guarda Revolucionária e várias empresas iranianas envolvidas na entrega de 'drones' de combate à Rússia para utilização no conflito na Ucrânia, divulgou esta quinta-feira o Departamento do Tesouro norte-americano.

As sanções têm como alvo principal a Guarda Revolucionária, corpo paramilitar do Irão, já alvo de várias medidas, em particular devido à questão nuclear iraniana, estando também na 'lista negra' norte-americana de "organizações terroristas".

"Os Estados Unidos pretendem aplicar rigorosamente todas as nossas sanções contra a Rússia e o Irão e responsabilizar todos aqueles que, como o Irão, escolherem apoiar a Rússia na sua guerra de agressão contra a Ucrânia", sublinhou, citado no comunicado, o subsecretário do Tesouro para Terrorismo e Inteligência Financeira, Brian Nelson.

Várias empresas envolvidas na investigação, desenvolvimento e produção de 'drones', bem como a empresa iraniana encarregada de transportá-los para a Rússia, também são alvos diretos das sanções.

As sanções previstas referem-se, em particular, ao congelamento de todos os bens e propriedades detidos por estas empresas nos Estados Unidos e aumentam o risco das empresas internacionais que negociarem com os visados serem elas próprias sujeitas a sanções.

Perante as dificuldades encontradas pelo Exército russo no conflito na Ucrânia, e as perdas significativas de equipamento militar, Moscovo fez várias compras de armamento nas últimas semanas, ao Irão mas também à Coreia do Norte.

O Irão anunciou na segunda-feira que está a considerar comprar caças russos Sukhoi Su-35, de acordo com o responsável da Força Aérea Iraniana, o general Hamid Vahedi.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de sete milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada por Putin com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que entrou hoje no seu 197.º dia, 5.718 civis mortos e 8.199 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.