A Guerra Mundo

ONG já devolveu três mil crianças ucranianas desaparecidas às suas famílias

Foto EPA/DAREK DELMANOWICZ
Foto EPA/DAREK DELMANOWICZ

O diretor da Plataforma de Busca 911, uma organização não-governamental ucraniana que procura encontrar desaparecidos e promover a reunião familiar, disse hoje à Lusa que já foram resgatadas três mil crianças desde o início da guerra.

Em entrevista à Lusa, Alexander Sopylnyk explicou que a organização, que junta sete mil voluntários, começou por identificar crianças sem família e depois tentar juntá-las a familiares.

Mas, com a guerra, há mais casos de situações em fragilidade -- idosos, doentes -- que também estão a merecer o apoio da organização, que começou a sua atividade em 2014, após a invasão russa da Crimeia (sul) e a revolta independentista em Donbass (parte das províncias de Donetsk e Lughansk, com apoio militar de Moscovo).

"Havia crianças desaparecidas e tentámos reunir as pessoas. E depois fizemos, ao longo do tempo, muito trabalho de apoio, até relacionado com tráfico de pessoas", recordou Alexander Sopylnyk.

Após a invasão, "num mês, conseguimos encontrar três mil crianças e reuni-las com as famílias", sendo que muitos dos casos aconteceram em zonas de fortes combates, como Mariupol, Kharkiv ou Severdonetsk, com custos humanos para a organização.

"Em Mariupol tínhamos 12 voluntários, sobreviveram apenas três", disse, emocionado, Alexander Sopylnyk.

"Identificamos crianças e depois fazemos pesquisas em bases de dados ou através das nossas redes", explicou o dirigente, que salientou o risco do trabalho.

"Não se faz buscas de pessoas com algoritmos. É preciso ir porta a porta, destroço a destroço", alertou.