A Guerra Mundo

Presidente da Finlândia pede "cabeça fria" sobre eventual adesão à NATO

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Foto EPA

O Presidente finlandês apelou hoje ao seu país para que se mantenha calmo, face ao avolumar do debate sobre a possibilidade de a Finlândia se candidatar à adesão à NATO após a invasão da Ucrânia pela Rússia.

"No meio de uma crise aguda, é especialmente importante manter a cabeça fria e avaliar cuidadosamente o impacto da crise ucraniana na nossa segurança", disse o chefe de Estado, Sauli Niinisto, em comunicado, após um encontro com deputados e responsáveis da área da Defesa.

A invasão da Ucrânia pela Rússia desencadeou um acalorado debate na Finlândia sobre se o país, militarmente não alinhado, deveria aderir à NATO, com uma sondagem recente a mostrar que, pela primeira vez, a maioria dos finlandeses é a favor da adesão.

Petições para um referendo sobre a adesão à NATO reuniram dezenas de milhares de assinaturas no final de fevereiro, o que significa que a questão será debatida pelo parlamento.

Niinisto anunciou, no mesmo comunicado, que vai a Washington esta sexta-feira, onde se encontrará com o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tendo na agenda a questão do conflito na Ucrânia, que enfrenta uma ofensiva militar ordenada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, e as suas consequências para a segurança europeia.

A Finlândia, que partilha uma fronteira de 1.300 quilómetros com a Rússia, manteve-se neutra durante a Guerra Fria em troca da garantia de Moscovo de que as tropas soviéticas não invadiriam o seu território.

O país nórdico, de 5,5 milhões de habitantes, aderiu à União Europeia (UE) e mantém uma estreita parceria com a NATO, através da qual partilha informações e recursos.

"O nosso ambiente de segurança está a sofrer mudanças rápidas e dramáticas hoje", sublinhou Niinisto, acrescentando que compreende plenamente "a preocupação sentida pelos finlandeses e a necessidade de reagir à situação".

No que se refere à questão da adesão à NATO, os especialistas acreditam que a Finlândia poderia atuar em conjunto com a vizinha Suécia.

A sua adesão aumentaria as tensões entre a Rússia e o Ocidente, uma vez que a expansão da Aliança para leste é a principal queixa de segurança apresentada pelo Kremlin.

Na sexta-feira passada, o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo advertiu que a adesão dos países nórdicos à NATO teria "graves repercussões militares e políticas", um aviso ignorado por Helsínquia.