Agência Internacional de Energia Atómica aprova resolução crítica da invasão russa
O conselho de governadores da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) aprovou hoje uma resolução na qual critica a Rússia pela invasão da Ucrânia e pelos potenciais perigos para as instalações nucleares naquele país.
Segundo fontes diplomáticas citadas pela agência de notícias espanhola Efe em Viena, 26 dos 35 países do conselho votaram a favor da resolução apresentada pela Polónia e Canadá. A Rússia e a China votaram contra a resolução, outros cinco países do conselho abstiveram-se e dois não compareceram à votação.
A resolução aprovada "deplora" as ações da Rússia na Ucrânia, incluindo "a apreensão forçada de instalações nucleares".
As ações da Rússia, segundo o texto aprovado, "causaram e continuam a causar uma direta e séria ameaça à segurança destas instalações [nucleares] e aos seus funcionários civis".
O documento também sublinhou que o conflito "aumenta significativamente o risco de um acidente ou incidente nuclear, colocando em risco a população da Ucrânia, os países vizinhos e a comunidade internacional".
Por outro lado, a resolução afirma que "a agressão da Federação Russa está a impedir a AIEA de realizar as suas atividades de verificação de salvaguardas (controlos) nas instalações nucleares da Ucrânia, dentro das fronteiras internacionalmente reconhecidas".
Por isso, o conselho de governadores da AIEA pede à Rússia que "cesse imediatamente todas as ações contra a Ucrânia, na central nuclear de Chernobyl e em qualquer outra instalação nuclear na Ucrânia".
Na Ucrânia existem 15 reatores nucleares em quatro centrais atómicas, incluindo Zaporizhia, uma das maiores da Europa e agora sob o controlo do exército russo.
A Rússia lançou no passado dia 24 uma ofensiva militar na Ucrânia com três frentes e recorrendo a forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades.
As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças. A ONU já deu conta de mais de um milhão de refugiados.
O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.