Boa Noite

Palmas em noite de assobios

Não é todos os dias que um madeirense se estreia na I Liga pelo Benfica

Boa noite!

Henrique Araújo é madeirense como nós, mesmo que, há menos de um ano, tivesse sido considerado açoriano por Jorge Jesus, quando detectou no jovem avançado benfiquista, então a dar nas vistas na equipa B, “um pouco o estilo do Pauleta, que é conterrâneo dele!!!”.

O goleador até “tem coisas de Pauleta”. Sobretudo sentido de baliza e objectividade numa modalidade em que para ganhar é preciso marcar. Com 20 anos feitos, tem golos, 90, na folha de serviço benfiquista. Esta época já apontou 10. E marcou 19 na época passada, 24 em 2019/20,  37 em 2018/19.

No mesmo dia da gaffe geográfica, o ex-treinador dos encarnados admitiu estar perante “um jogador a ter em conta”, embora a oportunidade sonhada só agora chegasse com Nelson Veríssimo e num contexto em que milionários avançados da Luz não estão disponíveis.

A dupla estreia no espaço de cinco dias – primeiro na final da Taça da Liga e hoje na I Liga – podia ter sido de sonho, mas, sem culpa, foi de assobios e insultos, decorrentes da dupla derrota duma equipa irreconhecível e banal. Mas nos 7 minutos de sábado e nos 25 de hoje deu para perceber que Henrique Araújo tem qualidade que destoa da mediocridade reinante e, acima de tudo, personalidade em campo, algo que vai faltando a muito craque.

Não se esconde do jogo, tem uma entrega notável e, como hoje se viu, puxa pelos adeptos. Se fossem todos deste calibre o Benfica não seria uma caricatura de uma equipa de futebol.

Diz quem o conhece que é bem educado, metódico e trabalhador. Que assim continue, pois só haverá dias ou noites de glória ao mais alto nível, em qualquer estádio e clube, com dedicação que seja capaz de pôr o talento a render.