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Assassínios de jornalistas em janeiro ascendem a 12

Roberto Toledo foi morto à porta de casa em Zitacuaro, estado mexicano de Michoacan, a 31 de Janeiro. Foi o quarto jornalista morto no país desde início do ano.   Foto EPA/Magda Alonso
Roberto Toledo foi morto à porta de casa em Zitacuaro, estado mexicano de Michoacan, a 31 de Janeiro. Foi o quarto jornalista morto no país desde início do ano.   Foto EPA/Magda Alonso

Pelo menos 12 jornalistas foram assassinados em janeiro, informou na terça-feira a organização não-governamental (ONG) Campanha Emblema de Imprensa, que exigiu justiça e que as famílias dos falecidos recebam uma indemnização adequada.

A organização, que segue as ameaças e atentados à liberdade de imprensa, lamentou a recente morte de outro jornalista no México, Roberto Toledo, de 55 anos, assassinado a tiro há três dias no Estado do Michoacán, convertendo-se no quarto jornalista assassinado desde o início do ano.

"Hoje cumpriram-se as ameaças e um dos nossos companheiros perdeu a vida e mãos de três pessoas que dispararam de maneira cobarde. Nós não estamos armados, não temos armas, a nossa única defesa é uma caneta", disse o diretor do meio onde trabalhava o jornalista assassinado, Armando Linares, à Efe.

A ONG também condenou o assassínio de dois jornalistas no Paquistão.

Ghullam Murtaza Shar, de 32 anos vinculado ao canal privado Ummat, que foi atacado no domingo na província de Sindh por dois homens armados que circulavam em uma moto.

Uma semana antes foi assassinado, em situação similar, um conhecido repórter do país, Hasnain Shah, de 45 anos. O seu assassínio provocou a expressão de desespero da parte de vários jornalistas, que vieram manifestar-se nas ruas.

"O primeiro mês de 2022 trouxe notícias deprimentes, uma vez que 12 trabalhadores dos meios de comunicação foram assassinados. No México foram assassinados quatro (José Luis Gamboa, Margarito Martínez, Lourdes Maldonado e Roberto Toledo), dois no Paquistão (Hasnain Shah e Murtaza Shar) e no Haiti (Amady John Wesley e Wilguens Louissaint) e um no Cazaquistão (Muratkhan Bazarbayev), na Birmânia (Pu Tui Dim), nas Honduras (Pablo Isabel Hernández Rivera) e nas Filipinas (Jaynard Angeles)", lamentou o secretário-geral da ONG, Blaise Lempen.

Segundo os registos da organização, no ano passado 79 jornalistas foram assassinados em 29 países. O Afeganistão foi o país mais perigoso para a atividade jornalística, com 12 profissionais assassinados, seguido pelo México (10), Paquistão (7), Índia (6) e Filipinas (4).