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Joe Biden endurece requisitos para vacinar trabalhadores federais e empreiteiros

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FOTO EPA/SHAWN THEW

o Presidente Joe Biden disse hoje estar a endurecer os requisitos para imunização contra a covid-19 a trabalhadores federais e empreiteiros, numa tentativa de refrear o aumento da variante delta que todas as semanas está a matar milhares de pessoas, comprometendo a recuperação económica.

Algumas semanas depois de ter ordenado que os trabalhadores federais fossem submetidos a testes rigorosos e protocolos de máscara, Biden assinará uma nova ordem executiva a exigir vacinação para funcionários do ramo executivo e para empreiteiros que negoceiem com o governo federal, segundo fonte ligada ao processo.

Esta informação antecede o discurso que Joe Biden proferirá hoje, durante o qual deverá apresentar um plano em que abordará o último aumento de casos de covid-19 no país, assim como o ritmo estagnado das vacinas contra o novo coronavírus, dois meses depois de ter declarado que os Estados Unidos eram "independentes" em relação ao vírus.

Meses depois de tentativas e ações para impulsionar a taxa de vacinação, Biden está a ficar mais firme, arriscando-se a novas reações negativas.

Não está, contudo, claro se o pedido do Presidente inclui exceções para trabalhadores ou empreiteiros que procurem ficar isentos de vacinas sob pretextos religiosos ou clínicos, já que a fonte que deu conta dos planos de Biden antes deste os divulgar solicitou o anonimato.

Espera-se também que o Presidente norte-americano trace planos para aumentar os testes de vírus nas escolas, num esforço para manter os estabelecimentos de ensino abertos com segurança, entre outras medidas que mostrem que a sua administração está a trabalhar para diminuir o aumento alarmante de casos de covid-19, já que no mês passado responsabilizou a pandemia diminuição do emprego, maior do que era esperado, avisando ainda que o surto pandémico poderia por ainda mais em perigo a economia norte-americana.

Locais de trabalho, escolas e campus universitários são outros locais em que Biden exige que haja mais vacinações, ao mesmo tempo que espera que as empresas também sigam o exemplo. Quinta-feira esperava-se que o Conselho de Educação de Los Angeles votasse no sentido de exigir que todos os estudantes com 12 ou mais anos fosse vacinados, naquele que é o maior distrito escolar norte-americano.

Os departamentos governamentais de Assuntos de Veteranos, de Saúde e Serviços Humanos bem como o Serviço de Saúde Indígena dos Estados Unidos tinham anunciado anteriormente uma exigência de vacinas para parte dos funcionários, tal como o Pentágono que no mês passado também exigiu aos seus funcionários que se vacinassem.

No total, a Casa Branca estima que Em conjunto, a Casa Branca estima que essas necessidades cobrem 2,5 milhões de americanos. Espera-se que a encomenda de quinta-feira tenha impacto em quase mais dois milhões de trabalhadores federais e em milhões de empreiteiros.

Mais de 208 milhões de americanos receberam pelo menos uma dose de vacina contra a covid-19 e 177 milhões têm a vacinação completa. Todavia, os casos confirmados de covid-19 dispararam nas últimas semana para uma média de perto de 140.000 por dia, com uma média de mortes diárias na ordem das 1.000 pessoas, segundo dados dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças.

Uma sondagem realizada em agosto último concluiu que 55% dos americanos estão de acordo que os trabalhadores do governo sejam vacinados na totalidade, enquanto 21% está contra.

A maior parte dos casos de propagação de situações graves e mortais de covid-19 está a atingir quem não está totalmente vacinado, enquanto as novas infeções ocorrem mas tendem a ser menos perigosas.

Comparativamente ao mesmo período de 2020, os Estados Unidos confrontam-se com um aumento de perto de 300% de novos casos diários da doença, perto de duas vezes e meia mais hospitalizações e quase o dobro do número de mortes, segundo Leane Wen, uma ex-comissária de Saúde de Baltimore que comenta comenta com regularidade os números da pandemia na comunjicação social.

"Não podemos aceitar que isto seja o novo normal", frisou Leane Wen, acrescentando que se a pandemia continuar sem diminuir significará "500.000 mortes por ano". "Certamente que ninguém quer isso", observou.

Esta médica tem ainda instado a Casa Branca a adotar uma linha mais dura relativamente aos requisitos de vacinas, nomeadamente os chamados "passaportes" de vacinas para viagens e para mandatos de trabalho que deixam pouco espaço de manobra.

"Quero ver aqui o poder total do governo federal, e não mais meias medidas", sublinhou, exigindo uma política "dura da administração Biden" que não se limite a "mordiscar as arestas".

As autoridades federais estão a avançar com planos para começarem a administrar doses de reforço das vacinas de mRNA (Pfizer e Modena) para aumentar a proteção contra a variante delta, a mais transmissível do vírus.

Em agosto último, Biden Biden anunciou planos para as tornar disponíveis a partir de 20 setembro, mas apenas a vacina da Pfizer recebeu aprovação do regulador federal para uma terceira dose. No caso das vacinas da Módena, o regulador federal ainda se encontra a analisar dados adicionais, o que deverá atrasará para outubro a possibilidade de toma de toma de reforço.

A covid-19 provocou pelo menos 4.593.164 mortes em todo o mundo, entre mais de 222,46 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 17.836 pessoas e foram contabilizados 1.052.127 casos de infeção confirmados, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil ou Peru.