Madeira

Pirataria à solta

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Boa noite!

Soube-se hoje que imprensa portuguesa perdeu mais de 22 milhões de euros no primeiro semestre deste ano devido à partilha ilegal de notícias. Um roubo com a marca da pirataria estranhamente tolerada que não só difunde à borla em grupos do Telegram e do WhatsApp conteúdos que não lhe pertencem, como ainda se gaba desse expediente execrável em páginas que os menos atentos ao fenómeno lhes cedem. Um atentado mais do que consentido por quem tem responsabilidades no sector e com cúmplices em várias frentes.

Os reguladores e os defensores de quem trabalha, sempre muito atentos a vírgulas e enquadramentos, ângulos de reportagem e posturas éticas, ágeis nas recomendações e pareceres, se quisessem ser úteis e influentes já tinham vindo a terreiro circunscrever um problema de proporções inimagináveis e meter na ordem os delinquentes que atentam contra os direitos de autor.

Mesmo que essa tarefa dê trabalho e chatices, as doutas entidades também podiam posicionar-se sobre a usurpação de conteúdos pagos por parte dos que acham que basta citar para apropriar-se num ápice daquilo que tem valor, mas que é difundido levianamente.

Se a lei não funciona deve ser mudada e depressa. O que andam a fazer os deputados que em breve vão de férias? Estão à espera que deixe de haver jornais para incomodar? Não notaram ainda que, neste processo, o Estado também é lesado pois arrecada menos receita fiscal? Não sentiram que a democracia que vos elegeu fica mais frágil com desleixos que atentam contra o futuro dos meios de comunicação social?