“O meu filho (aluno) não é um número!”

Nesta fase final do ano letivo, não serei a única Encarregada de Educação a se questionar sobre o quanto vale o seu educando. E, sendo a escala avaliativa tão redutora, em que número se encaixará?

Considerando que o nível 1 representa o pior da negativa, sentimos algum conforto perante o nível 3, ainda que tenha sido um “processo de arrastão” – não ficaria bonito nas estatísticas, o que certamente interessa é a positiva. Contrariamente, e, considerando taxativamente o nível 5 como o patamar da excelência, questiono-me se, realmente, o Sistema se encaminha para aí, sim, para a Excelência! Ou, se, por outro lado, é suficiente termos um país de letrados e aprovados que vão transitando à medida das necessidades estatísticas. Importa ficar bem na fotografia! Ou não fôssemos um país desenvolvido e na linha da frente em inúmeras situações…

Quero com isto dizer que a mediocridade parece-nos ser o mais exigido e exigível; porque, na verdade, o “arrastão” de que falávamos não funciona para o 5. Há uma grande dificuldade, um certo pudor, uma repugnância, até, em “puxar a corda” para o mais alto nível (5); algo pouco observável quando se trata do 2 para o 3, por exemplo. Logo, em Queremos todos positivos! Quereremos todos excelentes? É ou não é? E a diferenciação entre o 4+(mais) e o 4-(menos) não será meramente uma palhaçada entre o desejável e o concretizável? Pensem! A quem cabe pensar. Autoavaliem! A quem cabe avaliar. E para quem legisla: já é tempo de reformular uma escala tão pobre e obsoleta (de 1 a 5) exigida a um processo tão complexo (processo de avaliação), ora mais justo, ora menos, mas sempre dirigido a seres que sentem, seres que não se reduzem à quantidade, ao número, à exatidão!

P.S. Escutem os pais! Também são peças fundamentais no processo de ensino-aprendizagem!

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