Madeira

José Prada acusa António Costa de faltar à palavra aos madeirenses

"Esperava-se que em ano de autárquicas António Costa viesse à Madeira explicar o relacionamento discriminatório e altamente prejudicial para todos nós, madeirenses, que teima em alimentar entre o Estado e as nossas Câmaras e Juntas", diz o secretário-geral do PSD-Madeira

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Para além de uma justificação “plausível” quanto às promessas que estão por cumprir relativamente à Madeira – como, entre outras, a do ferry todo o ano, o financiamento do novo hospital, a revisão do subsídio de mobilidade, as dívidas aos subsistemas de saúde, as receitas fiscais que são devidas à Região – aquilo que se esperava, conforme destacou, esta tarde, em conferência de imprensa, o Secretário-geral do PSD-Madeira, José Prada, é que António Costa, na sua visita à Madeira, “explicasse qual a razão do tratamento discriminatório de que as nossas Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia têm sido alvo, por parte do Estado e, nesta lógica, que soluções é que existiriam, para o futuro, tanto mais quando está em causa a recuperação de uma crise sem precedentes”.

Era isso que esperávamos e, não, um discurso vazio, repetido e que fez tábua rasa da sua falta de palavra para com o povo madeirense. José Prada

Sublinhando “a falta de coragem do Partido Socialista da Madeira” em questionar seja o que for junto do seu Secretário-geral e Primeiro-Ministro, fez questão de elencar, nesta oportunidade, um conjunto de questões que permanecem sem resposta e que deviam ter sido esclarecidas nesta visita.

Gostaríamos que António Costa, que já veio à Madeira mais vezes como secretário-geral do PS do que como Primeiro-Ministro, tivesse explicado hoje o porquê das autarquias da Região continuarem a ser discriminadas no IRS e na receita adicional do IVA, o porquê de ter prometido que fossem gratuitos os manuais escolares para as autarquias de todo o País, deixando de fora os Municípios da Região (que assumem esta despesa com o apoio do Governo Regional) e o porquê das autarquias da Região estarem impedidas de se candidatar, tal como as restantes do País, a fundos estruturantes para suportar a concretização de projetos de interesse municipal. José Prada

Questões às quais acrescenta ser essencial saber “o porquê das autarquias da Região não terem sido tidas nem achadas sobre o Plano Nacional de Recuperação e Resiliência – o tal que afirmou hoje como uma oportunidade única para o País – e para quando é que está previsto que os Municípios da Região possam ser ressarcidos, pelo Estado Português, do extraordinário esforço financeiro e dos investimentos feitos em 2020 e este ano, para fazer face à pandemia, em nome de uma população que sendo madeirense, também é portuguesa”.

“Isto sim justificaria uma visita que não passou de mais uma encenação política para disfarçar a incompetência, a irresponsabilidade e a falta de compromisso com que António Costa olha para a Madeira”, rematou José Prada, que lamenta a oportunidade perdida para fazer-se justiça e criarem-se melhores condições para o poder local e consequentemente para a população da Madeira e do Porto Santo.