O que sai do coração dispensa ensaios

O “bom “político assemelha-se a um bom vendedor. Ambos só falam,oportunamente, daquilo que o potencial “comprador”quer ouvir.

E há tantos politicos a surgir como pipocas, de todos os quadrantes.

Na nossa Democracia, que corre sérios riscos de tornar-se numa plateia circense, no estado social vigente continua a não haver igualdade de oportunidades no acesso aos bens materiais mais básicos, à Saúde, à Educação etc... A culpa desta degradação social a que se assiste não morre solteira. Os grandes culpados são os que se venderam ao grande capital. O poder económico capturou, em geral, os políticos. É este poder que indica elementos seus para integrarem governos e outros órgãos de poder local. E é este mesmo poder que absorve, nos seus quadros de Administração, ex-elementos da governação. Já repararam que alguns, condenados por crimes, com trânsito em julgado, ainda vão ocupar, posteriormente, melhores cargos dos que já exerciam? Algum, por acaso, ficou desempregado? Eles estão lá, porque fomos nós (pelo voto) que os colocámos lá, dirão. Mas fomos nós que os indicámos?

Não. O povo não é dono do seu destino. O povo fica para depois.

Nestas teias de interesses, em maior ou menor escala, sobressaem os comportamentos baseados numa cultura de amiguismos e compadrio e os políticos que não se deixam subjugar têm serias dificuldades em conservar os seus lugares, e, ou são convidados a sair. Por ironia do destino, ou talvez não, é o dinheiro a mola que impulsiona o mundo. É ele, que antes de corromper seduz e depois destrói. Tudo gira à volta do vil metal, em detrimento de valores morais, violação de compromissos eleitorais e até ética profissional, entre outros.

Por mais promessas que nos façam, fica difícil acreditar, porque nada mudou e não vai mudar. Qualquer cabeça, que não sirva apenas para levar ao cabeleireiro de vez em quando, é capaz de perceber isso.

Aparecerão muitos e bons projectos e grandes ambições. Pode até haver sinceridade ,honestidade e competência. Não duvido. Pode é não haver total liberdade para executá-los. Acredito que há bons políticos e políticos bons. Mas sei também que,em política, a verdade de hoje não é a verdade de amanhã .E assim fica ainda mais difícil acreditar...E os factos estão aí para prová-lo...

Acredito nas pessoas. Nos políticos, não.

Madalena Castro