Desporto

Jogos avançam em Japão 'fechado' e incógnita em torno da vacinação

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Os Jogos Olímpicos Tóquio2020, adiados para este verão devido à pandemia de covid-19, arrancam em 23 de julho, com a chama olímpica a correr por um Japão fechado a público do estrangeiro e na expectativa quanto à vacinação.

Quando a capital do Japão venceu o processo de candidatura a acolher a 32.ª edição dos Jogos de verão, esperava distar 124 anos dos primeiros Jogos, que arrancaram em 06 de abril de 1896, mas a pandemia de covid-19 acabou por 'empurrar' o evento para uma data redonda.

No final de março, a tocha olímpica começou o seu revezamento até à capital nipónica, sob fortes restrições e com o público 'encorajado' a acompanhar pela Internet, numa caminhada até 23 de julho.

Aí, uma cerimónia e um desfile, também ele condicionado, com a presença de menos atletas do que o esperado (chegarão por 'vagas', consoante as modalidades) por cada país, irão dar início a uma prova que agrega um número esperado de cerca de 11 mil atletas em 33 desportos, com 50 disciplinas ao todo a atribuírem medalha.

Há um ano, o evento estava já adiado, trazendo alívio e preocupação em doses iguais a milhares de atletas -- dos já apurados, a verem caminhos fechados para afinar a forma, e por apurar, com oportunidades 'tapadas' -- e outros envolvidos no movimento olímpico.

Por cima dos rumores de um possível cancelamento, e com uma opinião pública japonesa que ainda é favorável a essa decisão, o Comité Olímpico Internacional (COI) tem feito 'campanha' pela vacinação das comitivas nacionais.

Mesmo ressalvando, assim como o Comité Organizador, que não é condição obrigatória para a participação, esta vacinação tem sido encorajada, com o COI a pedir aos comités nacionais para que façam esse pedido junto dos Governos de cada país.

Em março, o Comité Olímpico de Portugal (COP) perguntou ao ministério da Saúde se "é intenção do Governo português que a Missão de Portugal seja previamente vacinada antes da partida para o Japão".

Esse foi o mesmo mês em que o presidente do COI, Thomas Bach, anunciou a compra de vacinas Sinovac, que a China disponibilizou, doando duas doses por cada uma para atletas, mas, em Portugal, ainda nada foi anunciado.

Com ou sem vacinas, serão Jogos adaptados aos novos tempos: sem público estrangeiro, com testagem frequente, contacto entre comitivas, jornalistas e outros oficiais reduzidos, sem convites corporativos e os atletas a ficarem o mínimo tempo possível na aldeia olímpica, chegando e partindo consoante o avançar de cada modalidade.

A decorrer num país 'desconfiado', a marcha da tocha olímpica já se iniciou, com o governador de Ozaka, cidade que chama atravessou, a criticar o percurso, dada a situação pandémica, em novo sinal da pouca aceitação do certame naquele país.

Quanto ao tamanho da comitiva portuguesa, esta 'engordou' em março para 54 atletas com o apuramento da seleção portuguesa masculina de andebol, num torneio pré-olímpico.

Esta será a única modalidade coletiva com Portugal presente, mesmo que haja expectativa de apuramento para dezenas de outros atletas, que enfrentam, a pouco mais de três meses do arranque, uma 'corrida' contra o tempo, complicada com vários adiamentos de torneios e provas pontuáveis para ranking no início de 2021.

Os Jogos Olímpicos Tóquio2020, adiados para 2021 devido à pandemia de covid-19, vão decorrer entre 23 de julho e 08 de agosto, enquanto os Paralímpicos devem disputar-se entre 24 de agosto e 05 de setembro.