Diogo Lacerda Machado abandona conselho de administração da TAP
O administrador da TAP Diogo Lacerda Machado vai abandonar o conselho de administração da companhia aérea com efeitos a final de abril, confirmou hoje o próprio à Lusa.
A notícia foi inicialmente avançada pelo jornal 'online' Eco, que além de Diogo Lacerda Machado referiu a demissão de Esmeralda Dourado nas mesmas circunstâncias, citando duas fontes da TAP, que ainda não confirmou as saídas.
Diogo Lacerda Machado liderou o processo de reversão da privatização da TAP iniciado em dezembro de 2015 e terminado em 2017, que culminou com o Estado a deter 50% do capital social da empresa, o consórcio Atlantic Gateway, de David Neeleman e Humberto Pedrosa, 45%, e os trabalhadores 5%.
Lacerda Machado, conhecido aquando do processo de reversão da privatização por ser amigo do primeiro-ministro, António Costa, era um dos administradores nomeados pelo Estado na empresa, sendo que Ana Pinho, também diretora da Fundação de Serralves, já tinha anunciado a sua saída da companhia aérea em 05 de janeiro.
O conselho de administração é liderado por Miguel Frasquilho, e conta ainda com Ramiro Sequeira (presidente executivo da companhia), Alexandra Reis, António Gomes de Menezes, Bernardo Trindade, Maximilian Otto Urbahn e José Manuel Silva Rodrigues.
Em 2017, apesar de o Estado ter recuperado a maioria do capital social da companhia, a gestão da empresa ficou entregue ao consórcio Atlantic Gateway.
Após cinco anos de gestão privada, em 2020 a TAP voltou ao controlo do Estado, que passou a deter 72,5% do seu capital, depois de a companhia ter sido severamente afetada pela pandemia de covid-19 e de a Comissão Europeia ter autorizado um auxílio estatal de até 1.200 milhões de euros à transportadora aérea de bandeira portuguesa.
Em 02 de julho, o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, anunciou, em conjunto com o ministro das Finanças, João Leão, que o Governo tinha chegado a um acordo com os acionistas privados da TAP, passando o Estado a deter 72,5% do capital da companhia aérea (antes tinha 50%), por 55 milhões de euros, saindo David Neeleman da estrutura acionista.
O plano foi entregue à Comissão Europeia no último dia do prazo, em 10 de dezembro, e previa o despedimento de 500 pilotos, 750 tripulantes de cabine, 450 trabalhadores da manutenção e engenharia e 250 das restantes áreas.
O plano previa, ainda, a redução de 25% da massa salarial do grupo (30% no caso dos órgãos sociais) e do número de aviões que compõem a frota da companhia, de 108 para 88 aviões comerciais.
No total, até 2024, a companhia deverá receber entre 3.414 milhões de euros e 3.725 milhões de euros.