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Exército dos Camarões contesta acusações de violações e assassínio de civis

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O exército dos Camarões qualificou hoje como "alegações pretensamente documentadas" as acusações de violações e assassínio de civis por militares, em março de 2020, em zona anglófona separatista, constantes de um relatório do Human Rights Watch (HRW).

Esta organização não governamental acusou na sexta-feira os soldados camaroneses de terem violado pelo menos 20 mulheres, das quais quatro portadoras de deficiência, matado um homem e detido 35 outros, dos quais vários foram agredidos, em 01 de março de 2020, durante um ataque à localidade de Ebam, na região separatista do sudoeste.

"Em um curioso relatório, (...) a HRW destila alegações pretensamente documentadas de destruições, violações e assassínios realizados em 01 de março de 2020, na localidade de Ebam", reagiu em comunicado o coronel Cyrille Atonfack Guemo, porta-voz do Ministério da Defesa.

Contrapôs que na madrugada de 01 de março de 2020, uma vintena de soldados fizeram na localidade "uma operação" para "colocar fora de combate terroristas armados que tinham feito da localidade uma base de retaguarda para planificarem ataques" na zona.

Durante a operação, um "terrorista" foi morto e uma arma artesanal e munições apreendidas, disse Atonfack, sem comentar o fundo das acusações do HRW.

A operação de Ebam foi realizada 15 dias depois do massacre contido pelos militares em Ngarbuh, na também separatista região do noroeste, que levantou uma vaga de protestos internacionais.

Na altura, a Organização das Nações Unidas falou em 23 civis mortos, entre os quais 15 crianças e duas mulheres grávidas.