Coronavírus Madeira

Pedro Coelho não alinha em "populismos"

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O presidente do município de Câmara de Lobos diz não alinhar em populismos e quando for chamado pela Autoridade de Saúde será vacinado. “Mais do que ser um ‘mártir’ por um momento, quero continuar a trabalhar em prol deste concelho, estar apto a tomar decisões, que “mexem” com o quotidiano de muita gente e, acima de tudo, zelar pela saúde de todos aqueles que me abordam, sabendo que sou alvo de muitas solicitações”, reage o edil sobre o processo de vacinação que coloca os presidentes como figuras prioritárias.

“Ainda não fui contactado pela autoridade de saúde, no entanto respondo, sem rodeios, que serei vacinado quando for chamado cumprindo os critérios do plano de vacinação, e faço-o a pensar, em primeiro lugar, na população de Câmara de Lobos a quem tenho a obrigação e o dever de estar próximo, tanto mais numa altura em que o concelho se encontra numa situação de risco extremamente elevado, e é preciso tomar decisões no terreno”.

Pedro Coelho junta-se até agora ao seu homólogo Emanuel Câmara que já disse respeitar as directrizes nacionais e regionais, no entanto vai mais longe e usa curiosamente a “consciência” – tal como Idalino Vasconcelos e Filipe Sousa usaram –, para complementar a sua decisão.

“Tenho a consciência que se declinasse, numa atitude que considero demagógica e populista, e colocasse essa minha rejeição nas redes sociais iria receber uma “enxurrada” de likes e de “apoios”, mas estaria a prestar um péssimo serviço a Câmara de Lobos”, afirma o social-democrata que já teve uma cerca sanitária na freguesia.

Diz ainda que um dos “piores defeitos de certos políticos, sabendo-se que, hoje, defender o estatuto dos políticos não é popular, é dizerem apenas aquilo que algum eleitorado quer ler ou ouvir”, no entanto na sua opinião estão a “subalternizar a sua função e estão, porventura involuntariamente, a dizer que são dispensáveis enquanto responsáveis pela protecção civil, e acima de tudo enquanto responsáveis políticos por um território, a quem cabe proteger, também em situações de pandemia, os seus cidadãos e a continuidade da gestão autárquica em prol de todos”, esclarece.

Temos a obrigação e a responsabilidade, porque nos foi conferido o voto popular, de “manter as portas abertas” para tomar as melhores decisões em prol do bem comum.

Por outro lado, refere que sabe que um presidente de Câmara, no exercício das suas funções executivas, tem uma proximidade muito marcante com os seus munícipes e o risco de contágio existe: “Ficaria mal como a minha consciência, se involuntariamente, infectasse um dos meus munícipes na razão dos meus contactos diários”.

E pergunta: “Em caso de infecção, e sabendo da nossa responsabilidade, por exemplo, no accionamento do plano municipal de protecção civil, como é que o mesmo será accionado?

Em caso de infecção, e pressupondo que toda a vereação é infectada, como continuaremos a dar resposta às solicitações dos munícipes e prestar o apoio social tão necessário nesta fase?”

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