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Paquistão manda tirar assassino de Daniel Pearl do "corredor da morte"

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O Supremo Tribunal do Paquistão ordenou que o cidadão britânico de origem paquistanesa absolvido da decapitação do jornalista Daniel Pearl em 2002 fosse retirado do "corredor da morte" e transferido para uma residência vigiada.

Ahamad Saeed Omar Sheik, que esteve no "corredor da morte" durante os últimos 18 anos, vai ser transferido da prisão onde se encontra para uma casa sob a vigilância das autoridades, podendo vir a receber visitas da mulher e dos filhos.

"Não é a liberdade total. É um passo em direção à liberdade", disse Saed Sheik, pai de Omar Sheik, presente na audiência que decorreu hoje.

O Tribunal Supremo confirmou na quinta-feira a anulação da condenação à morte do extremista britânico de origem paquistanesa suspeito de ter assassinado em 2002 o jornalista norte-americano Daniel Pearl, abrindo a possibilidade da sua libertação imediata.

Desde então, o Governo do Paquistão tem lutado para que o homem seja mantido em prisão.

Washington e os familiares de Daniel Pearl apresentaram um recurso para que a decisão do Tribunal Supremo venha a ser revista.

Mesmo assim, o advogado do jornalista assassinado em 2002 disse que vai ser difícil reverter a decisão porque os juízes do Supremo Tribunal são os mesmos que vão decidir sobre o recurso que foi apresentado.

Os Estados Unidos já avisaram que irão pedir a extradição de Omar Sheik, caso a absolvição se mantenha.

Sheik também é suspeito de rapto de um cidadão norte-americano, em Caxemira, em 1994. O cidadão acabou por ser libertado.

Daniel Pearl tinha 38 anos e era correspondente do jornal norte-americanos Wall Street Journal quando desapareceu a 23 de janeiro de 2002 em Carachi.

A decapitação do jornalista foi filmada em vídeo, tendo o registo sido enviado para o consulado dos Estados Unidos no sul do Paquistão.

Um inquérito independente que se prolongou durante três anos no quadro do "Caso Pearl" determinou em 2011 que a justiça paquistanesa se tinha "afastado" do processo.

De acordo com Asra Nomani, antiga colega e amiga de Pearl, que dirigiu o inquérito, o paquistanês Khaled Cheick Mohammed (KSM, de acordo com as inicias em inglês), que reclamou ter sido o "cérebro" dos atentados contra Nova Iorque de 2001, foi o executor do jornalista.

KSM, preso no Paquistão em 2003, foi enviado para a prisão norte-americana de Guantánamo, Cuba.

Um psicólogo que interrogou o preso afirmou que KSM lhe confessou ter decapitado o jornalista norte-americano.

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